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Impulso do agronegócio no PIB derruba inflação e garante mais crescimento

Relatório do Banco Safra analisa o PIB do 2º trimestre e projeta queda dos preços e dos juros e mais crescimento nos próximos 18 meses

Colheita de milho PIB agronegócio

Agricultura surpreendeu positivamente, ao contrair apenas 0,9% no fim da safra, após crescimento de 21% nos primeiros três meses do ano | Foto: Getty Images

Relatório semanal de macroeconomia do Banco Safra analisa os resultados do segundo trimestre de 2023 e constata: o impulso surpreendente do agronegócio indica que a inflação deve convergir para a meta nos próximos 18 meses, o que vai ajudar a derrubar os juros e estimular a atividade econômica. A meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional é de 2,25% em 2023 e de 3% em 2024, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.

As projeções do mercado financeiro no último Boletim Focus do Banco Central apontam para uma inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) de 4,9% neste ano, e de 3,87% em 2024. Confira a seguir a análise do Banco Safra sobre o PIB divulgado na última sexta-feira pelo IBGE.

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Agronegócio volta a surpreender e garante crescimento de 0,9% no PIB trimestral

O PIB do segundo trimestre apresentou crescimento real de 0,9% em relação ao trimestre anterior, com ajuste sazonal, acima dos 0,3% da mediana das projeções. Ainda que contraindo ao fim da safra da virada do ano, a agricultura surpreendeu positivamente, pois essa contração foi de apenas 0,9%, após crescimento de 21% nos primeiros três meses do ano.

Puxado pela expansão de 1,8% da indústria extrativa, o setor industrial avançou 0,9% t/t, após dois trimestres de resultados modestos. O setor de serviços também veio um pouco melhor do que o esperado, mantendo um ritmo de crescimento em 0,6%, t/t, ou seja perto de 2,5% anualizados.

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 0,9% no trimestre passado, próximo da nossa projeção baseada nas vendas de varejo, que tem apresentado alguma recuperação, e serviços às famílias. A Formação Bruta de Capital Fixo ficou estável, após ter caído 3,4% no trimestre anterior, mantendo-se abaixo do nível do final de 2022.

A surpresa altista ocorreu no consumo da administração pública, que acelerou de 0,4% para 0,7. Assim, a demanda doméstica, que havia recuado 0,4% no primeiro trimestre, cresceu 0,8% no segundo trimestre. Por fim, as exportações subiram 2,9% t/t e as importações 4,5%, refletindo o começo de retomada da demanda doméstica.

Consumo maior e menos custos impulsionam investimentos

A queda da inflação tem aumentado o poder de compra do consumidor e beneficiado o consumo das famílias. O deflator do consumo acumulado em doze meses passou de 13,1% no 2T22 para 4,7% no 2T23 e deve continuar cedendo, o que somado à redução da taxa de juros, sustenta nossa expectativa de aceleração do consumo pessoal no próximo ano. A Formação Bruta de Capital Fixo ainda apresenta dificuldade de expansão, devido aos efeitos defasados da restrição monetária. A aceleração do consumo e menor custo de capital deverão estimular os investimentos em 2024.

Em suma, o setor agropecuário surpreendeu, impulsionando o PIB também no segundo trimestre de 2023, além de contribuir para a queda da inflação. Olhando para os próximos 18 meses, espera-se que a convergência da inflação para próximo da meta e a queda dos juros que essa convergência permite estimulem a atividade econômica em 2024.

Íntegra da análise macroeconômica semanal do Banco Safra AQUI.

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