Com inflação e dólar alto, brinquedo nacional desbanca importado
Preços dos brinquedos acumulam alta de 8,9% em 12 meses e setor de brinquedos busca estratégias para garantir oferta a preços competitivos
20/12/2021O dólar em alta e o custo elevado de insumos e dos fretes, entre outros fatores, têm desafiado fabricantes e varejistas do setor de brinquedos a adotarem estratégias para manter prateleiras abastecidas e produtos com preços competitivos.
Antecipar compras e nacionalizar o portfólio foram algumas medidas adotadas pelas empresas do setor para atender o merfcado de brinquedos, um dos itens mais procurados nesse período de festas natalinas. Brinquedos importados cederam espaço para os nacionais.
Na rede de lojas de brinquedos Ri Happy a opção foi investir menos em importados, como bonecas Barbie, e dar preferência a itens de desejo nacionais, como produtos dos youtubers Lucas Netto e Maria Clara, além de clássicos como a Turma da Mônica.
Preços dos brinquedos subiram 8,9% em 12 meses
Em 12 meses até novembro, o preço dos brinquedos acumula alta de 8,96%, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o professor de varejo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ulysses Reis, entre os principais vilões dos preços de brinquedos neste ano estão o valor do dólar, a resina plástica utilizada na confecção dos produtos e o frete, que fazem com que os importados cheguem ao Brasil mais caros do que de costume. O especialista acredita que os brasileiros vão optar por presentes mais simples.
Para reduzir esse impacto da inflação, a importadora de brinquedos Sunny – detentora de marcas como Patrulha Canina, Playmobil e DC Comics – começou a pensar nas compras de Natal em março, quando fez as primeiras encomendas da data.
Este foi o jeito que a empresa encontrou de amenizar os custos com frete e a variação cambial sem ter de repassá-los ao consumidor final. “Mesmo com planejamento, tivemos de reduzir nossas margens de lucro para entregar uma oferta competitiva”, diz a diretora de marketing da Sunny, Sharon Czitrom.
Outra solução encontrada pelas empresas foi nacionalizar o menu oferecido aos pequenos consumidores, afirma o fundador da fintech de crédito para importadores Vixtra, Leonardo Baltieri.