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Inflação sobe 0,83% com maior registro para o mês de maio em 25 anos

Energia elétrica foi a vilã do aumento dos preços medido pelo IPCA, impulsionada pelo início da bandeira vermelha na conta de luz

Inflação

Pressionada pela conta de luz, alta da inflação em 12 meses foi de 8,06%, bem acima do teto da meta do governo | Foto: Getty Images

O Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira, 9, que a inflação de maio medida pelo IPCA teve alta de 0,83%.

O percentual representa a maior aceleração registrada para o mês desde 1996 e ficou acima do projetado pelo Banco Safra, de 0,68% em relação a abril. Em maio de 2020, a taxa havia sido de -0,38%.

Nos últimos 12 meses, a alta da inflação registrada foi de 8,06%, acima dos 6,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores e da alta esperada pelo Safra (7,9%).

Como previsto pelo Safra e pelo mercado, entre os principais fatores de pressão no mês está o preço da energia (5,37%), que sozinha respondeu por 0,23 ponto percentual do IPCA.

Em maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decretou o início da bandeira tarifária vermelha 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em abril, vigorou a bandeira amarela.

Para junho, o peso da energia elétrica na inflação deve ser ainda maior, uma vez que a bandeira vermelha 2 começou a vigorar devido à falta de chuvas.

Inflação para o ano

Os resultados sobre a inflação, tanto de maio quanto para o ano, preocupam o mercado e o Banco Central (BC).

A taxa de 12 meses está muito acima do teto da meta do governo para a inflação no ano. O centro da meta é de 3,75%, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.

Esta meta de inflação do BC é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e o principal instrumento para que a meta seja cumprida é a taxa básica de juros.

Por isso, há possibilidade da autoridade monetária elevar a taxa Selic, que atualmente está em 3,50%, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para 15 e 16 de junho.

Grupos de pesquisa do IPCA de maio

Os nove grupos de produtos e serviços incluídos na análise do IPCA apresentaram alta em maio.

O maior impacto (0,28 p.p.) e a maior variação (1,78%) vieram da Habitação, que acelerou em relação a abril (0,22%), impactada diretamente pela elevação da energia elétrica.

A segunda maior contribuição (0,24 p.p.) veio dos Transportes, cujos preços subiram 1,15% em maio, após o recuarem 0,08% em abril.

Na sequência, vieram Saúde e Cuidados Pessoais (0,76%) e Alimentação e bebidas (0,44%), com impactos de 0,10 p.p. e 0,09 p.p., respectivamente.

Já a segunda maior variação no mês foi de Artigos de residência (1,25%). Os demais grupos variaram entre 0,06% (Educação) e 0,92% (Vestuário).

Mais detalhes sobre a inflação de maio medida pelo IPCA podem ser conferidos por este link, no portal do IBGE.

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