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Falta de chuvas deve deixar conta de luz mais cara

Seca antes do período regular e ligamento de termoelétricas vai acionar a "bandeira vermelha 2" em junho. Leia análise do Safra

Represa vazia por falta de chuvas

Preço de produção de megawatts/hora (MWh) em termoelétricas pode ser cinco vezes maior do que o de uma hidrelétrica | Foto: Getty Images

A escassez de chuvas observada nos últimos meses somada ao acionamento das usinas termoelétricas no Brasil deve deixar a conta de luz mais cara e pressionar a inflação a partir de junho.

A previsão é do Banco Safra, que divulgou nesta segunda-feira, 24, uma análise sobre a falta de chuvas e o aumento de preços no setor de energia. Atualmente o Safra projeta elevação de 5,1% no IPCA em 2021.

Segundo o relatório, a situação dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste do País preocupa e pode culminar no encarecimento da conta de luz aos consumidores.

Hoje, os reservatórios estão com 33% da capacidade, sendo que a média histórica para o mês de maio é de 64%.

Já o nível dos reservatórios das hidrelétricas do sistema integrado nacional atingiu 43% nessa semana, patamar historicamente baixo.

Nova bandeira para a conta de luz

Na visão do Safra, os níveis de água nos reservatórios devem abaixar ainda mais nos próximos meses, uma vez que o período regular de secas está se iniciando.

Isso deve forçar o ligamento das usinar termoelétricas para que se compense a produção de energia necessária de abastecimento da população.

O banco atenta que, em algumas usinas, o preço de produção de megawatts/hora (MWh) chega a ser cinco vezes maior do que o de uma hidrelétrica no período de chuvas.

Nesse sentido, o Safra projeta que a bandeira tarifária vermelha 2 deve ser acionada em junho, deixando a conta de luz mais cara.

No início de maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou o acionamento da bandeira vermelha 1. O sistema de bandeiras da agência é explicado por este link.

Fontes renováveis ajudam a segurar preços

Ao passo que prevê uma pressão sobre a inflação sobre a energia, o Safra aponta que o poder público tem mais opções para proteger o consumidor de um aumento brusco nos preços.

A instituição lembra que as fontes renováveis de energia, como a biomassa, eólica (ventos) e solar se tornaram opções em grande escala para compensar a baixa produção nas hidrelétricas.

Além disso, há maior oferta de fontes tradicionais como as usinas térmicas de gás, óleo e carvão. Esse leque ajuda a suavizar a conta de luz mais cara à população.

O relatório compara o momento com o ano de 2001, quando a falta de água veio em um momento em que a economia brasileira se recuperava rapidamente (o PIB cresceu 4% em 2000, após a desvalorização em 1999).

Adicionalmente às medidas de produção extra de energia, o Safra vê a necessidade do governo federal de iniciar uma campanha de conscientização sobre o uso da eletricidade.

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