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Pix poderá ser usado para pagar a conta de luz

Hoje, já é possível usar o serviço em cinco estados. Em seis meses, todas as distribuidoras do país devem passar a usar o sistema

Mulher pagando conta de luz com o celular apontado para o boleto

Pagamento instantâneo com Pix poderá ajudar a reduzir valor da conta e evitar corte do serviço, em caso de inadimplência | Foto: Getty Images

Consumidores de 11 estados poderão, em breve, usar o Pix para pagar suas contas de luz.

O Pix é o sistema de digital de pagamentos instantâneo criado pelo Banco Central no fim de 2020. Atualmente, já é possível quitar a conta de luz com o Pix em cinco estados.

Distribuidoras que atendem clientes de outras seis unidades da federação já estão com tudo encaminhado para oferecer o serviço.

“Todas já estão caminhando nesse sentido. A perspectiva é que em seis meses isso já esteja em praticamente todas as distribuidoras do país. Mas isso tem uma adaptação, não é algo que se pode fazer de forma açodada”, afirma Wagner Ferreira, diretor jurídico da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee)

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O Pix pode ser usado por qualquer pessoa que tenha uma conta bancária, seja corrente ou poupança, e um celular com acesso à internet.

O cliente pode optar por cadastrar uma chave para realizar as transações, que pode ser o número de CPF, celular ou e-mail.

De acordo com o Banco Central, há 133,9 milhões de chaves já cadastradas – cada cliente de banco pode ter mais de uma chave.

Adoção do Pix para as contas de luz

A primeira empresa adotar o Pix para que os clientes paguem a conta de luz foi a Neoenergia (NEOE3). A companhia atende consumidores na Bahia, em Mato Grosso do Sul, Pernambuco, no Rio Grande do Norte e em São Paulo.

Desde novembro, as faturas digitais da Neoenergia passaram a contar com um QR Code e com um link que redireciona o cliente para a tela de pagamento.

De acordo com a empresa, o uso da ferramenta vai ser ampliado neste ano e poderá ser utilizado também por quem receber a fatura impressa.

A CPFL (CPFE3), que atua em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, deve adotar um sistema semelhante nas faturas digitais e impressas até o fim de fevereiro.

A Enel, maior empresa em distribuição do País, com clientes no Rio de Janeiro, Goiás, São Paulo e Ceará, também pretende oferecer a opção no futuro.

A companhia informou que já recebeu aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para adaptar seus sistemas e deve passar a usar o Pix para que os clientes paguem a conta de luz em breve.

Incentivo federal

Embora não haja regra específica para o uso do Pix, as distribuidoras de energia estão adaptando os sistemas para oferecer esse meio de pagamento.

Para isso, é necessário disponibilizar, pela conta de luz digital ou impressa, um QR Code específico, um link ou informar uma chave. Essa chave pode ser, por exemplo, o CNPJ ou e-mail.

A adoção da ferramenta é incentivada pela Aneel, que deve discutir uma regulamentação para o uso do sistema ainda em 2021.

No ano passado, o órgão firmou um acordo de cooperação técnica com o Banco Central, com intuito de fomentar o uso do Pix no setor elétrico.

Além de facilitar o pagamento da conta de luz, o Pix pode resultar em uma economia para os clientes.

A explicação é que deve haver redução dos custos da operação financeira do setor elétrico, o que reflete diretamente nas tarifas de energia.

Pix pode evitar corte do serviço de luz

Uma vantagem para o consumidor no uso do Pix para pagar a conta de luz é que o pagamento cai na conta das concessionárias em segundos.

Isso pode evitar o desligamento da energia por inadimplência ou agilizar o religamento do serviço – já que o prazo de 24 horas para tal só passa a contar após a confirmação da fatura quitada.

Quando a tarifa é paga por uma transferência tradicional ou pela conta impressa em algum banco ou lotérica, leva alguns dias para a distribuidora receber o valor.

“Se você tem uma conta em aberto e paga hoje, a empresa vai ver isso daqui a dois dias, normalmente. Se for fim de semana, só vai bater na segunda, pois passa pelo banco. Pelo Pix, a distribuidora vai enxergar na hora. Isso dá condições, por exemplo, de alterar a rota de uma equipe responsável por desligar a luz”, afirma Wagner Ferreira, da Abradee.

Para as distribuidoras de energia, Ferreira explica que há uma redução nos gastos para receber os valores. Hoje, é necessário que a concessionária tenha um contrato com uma rede bancária para tal.

“O PIX nasceu gratuitamente justamente para ser mobilizado junto à sociedade. Deve ter algum custo no futuro, mas mais baixo que o de hoje pelo que o sistema bancário vem se posicionando. Como o sistema é regulado pelos custos eficientes, se isso se reduz, é repassado ao consumidor pela tarifa. Ou seja, essa tarifa vai ter uma redução proporcional à dos custos”, explica Ferreira.

“Todas já estão caminhando nesse sentido. A perspectiva é que em seis meses isso já esteja em praticamente todas as distribuidoras do país. Mas isso tem uma adaptação, não é algo que se pode fazer de forma açodada”, afirma.

Ferreira ressalta outro ponto do avanço da digitalização dos serviços das distribuidoras de energia: as contas digitais.

Segundo ele, hoje a maioria das empresas já oferece a possibilidade de o cliente substituir a fatura impressa por uma que será enviada por e-mail. “É uma redução importante de logística e de papel.” (AE)

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