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Joaquim Levy avalia ciclo favorável de crescimento econômico

Diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados no Banco Safra afirmou que o cenário para o Brasil é ainda mais “auspicioso”

Joaquim Levy

Levy acredita no controle da inflação e no crescimento econômico | Foto: Divulgação

Durante encontro realizado hoje (29), na Câmara Americana de Comércio, o diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados no Banco Safra, Joaquim Levy, afirmou que o cenário para o Brasil é ainda mais “auspicioso”.

Segundo ele, o Índice Geral de Preços (IGPM) negativo irá refletir na inflação oficial do governo e, com isso, o Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dará subsídios para o Banco Central iniciar o ciclo de baixa dos juros.

“O RTI (Relatório Trimestral de Inflação) do BC mostra que há 40% de chance da inflação em 2023 ficar dentro da banda. Ninguém imaginaria como isso seria possível há pouco tempo e isso é auspicioso. O BC está encontrando os seus elementos para relaxar a política monetária”, disse Levy, ao participar do GZEROSUMMIT Latam 2023, promovido pela Eurasia Group.

“Em contexto global, esta queda dos preços das commodities e o arrefecimento da inflação em alguns países, vão ser favoráveis ao Brasil e América Latina”, disse Levy.

Karina Saade, presidente do BlackRock no Brasil, afirmou que a região está na ordem do dia nas carteiras de investimento. Segundo ela, três fatores fazem da América Latina mais atrativa do que a Ásia, por exemplo. O primeiro deles é que a região está mais adiantada no ciclo de alta dos juros.

“A região está mais perto do fim do aperto monetário e deve iniciar o movimento de queda dos juros. A política da região é mais favorável ao crescimento. O segundo fator é o lugar da América Latina em relação a transição energética, isso já está em andamento por aqui e vai atrair mais capital privado para região. Além disso, a ideia de que os Estados Unidos estão trazendo a sua produção industrial mais para perto é o terceiro motivo para a atratividade da região”, disse Saade.

A questão da política monetária e fiscal na América Latina também foi citada pela diretora para a América Latina da S&P Global, Lisa Schineller, como um dos grandes motivos para uma avaliação positiva da agência de riscos para os países da região. Segundo ela, a perspectiva é positiva, principalmente no Brasil, o único com perspectiva positiva na América Latina.

Neste mês, a S&P Global revisou a perspectiva do Brasil para positiva, mantendo o rating soberano em BB-/B. A S&P destacou, em seu relatório, as expectativas para um maior pragmatismo na política nacional. Essa revisão não ocorria desde 2019.
De acordo com a S&P, a perspectiva positiva reflete os sinais de maior certeza sobre a política fiscal e monetária do país. Esse cenário beneficiaria as possibilidades de crescimento do PIB brasileiro.

Schineller, ressaltou, no entanto, que o grau de investimento do Brasil ainda não está claro. Ela afirmou que há ainda ações a serem desenvolvidas para que isso ocorra.

“Em 2005, o país também tinha BBB- com perspectiva positiva e conseguiu grau de investimento em 2008. Mas, naquela época, o contexto global estava favorável e tinha uma parte política. Hoje, o país tem BBB- e a posição interna é muito forte, teve crescimento, metas inflacionárias, condição do real e independência do BC. Isso tudo está no grau de investimento, o que não esta é a questão fiscal”, finalizou.

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