Levy e Kátia Abreu debatem sobre os desafios do país
Em live, diretor de Estratégia Econômica do Banco Safra, Joaquim Levy, recebeu senadora nesta segunda-feira, 12. Assista
12/04/2021O diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra, Joquim Levy, recebeu nesta segunda-feira, 12, a senadora Kátia Abreu (PP-TO) em live promovida pelo banco.
A conversa entre o economista e a senadora foi transmitida ao vivo pelo canal do Safra, no YouTube, onde pode ser assistida (vídeo no canto superior à direita).
Levy e Abreu analisaram os desafios que o Brasil enfrenta em áreas envolvendo a agricultura, o meio ambiente e na economia com as reformas necessárias.
Também foram discutidas a condução do poder público no combate à pandemia de covid-19 e a busca por vacinas.
Meio ambiente é essencial para o agro
No bate-papo, Levy e Abreu destacaram o papel que o país tem para o mundo como exemplo de sustentabilidade, principalmente no agronegócio.
Levy pontuou que, embora o país tenha feito muitos progressos na chamada agricultura de baixo carbono (ABC), a mensagem transmitida para o mundo nem sempre é clara.
Nesse sentido, Abreu, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Segurança e Defesa Nacional do Senado, afirmou que o Brasil precisa conciliar as demandas por padrões de sustentabilidade exigidos por outros países, principalmente os europeus, reduzindo o desmatamento, e cobrando a colaboração dos mesmos para a preservação dos recursos naturais do país.
Para ela, este é o caminho para que mais acordos comerciais com a Europa, por exemplo, sejam realizados e que os produtos brasileiros façam frente aos dos Estados Unidos.
“O que eu disse para o ministro (Carlos Alberto Franco França, das Relações Exteriores) em uma reunião na segunda-feira passada é que dá para fazer as duas coisas. Vamos correr o mundo falando forte sobre os nossos créditos, mas vamos reduzir o desmatamento. Preciso de acordos comerciais para o Brasil crescer”.
Reformas econômicas
Ao ser perguntada por Joaquim Levy sobre as reformas econômicas, Kátia Abreu acredita que os empecilhos ao avanço dos projetos que modernizam o setor público e o sistema tributário devem ser discutidos e votados ainda em 2021.
No âmbito administrativo, o projeto de reforma ajudaria o governo federal economizar cerca de R$ 400 bilhões em uma década, segundo a senadora.
Outro ganho seria para a própria democracia, que na sua opinião é abalada pela “ineficiência e falta de agilidade do setor público. “O eleitor está se contrariando rápido com o governante que, em 90 dias, ele já ficou ruim. É uma máquina de moer líderes e isso é ruim para a democracia”.
Na vertente tributária da agenda de reformas, Levy e Abreu convergiram opiniões sobre a urgência de se trabalhar a pauta em Brasília para elevar a capacidade produtiva do país, o tornando mais industrializado e menos dependente das commodities.
“O Brasil precisa rever a sua produção. Seremos eternamente vendedores de commodities? Precisamos de mais do que isso. Vejo o empecilho da reforma tributária um impedimento para a verticalização dos nosso produtos para que possamos agregar mais valor, ao menos em uma parte deles”, afirmou Abreu.
Pandemia
Por fim, Kátia Abreu trouxe uma perspectiva positiva sobre o recebimento e distribuição nacional de vacinas contra a covid-19, com estimativa de se ter em abril quase 30 milhões de doses.
Grande parte das vacinas será produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e pela Fiocruz, no Rio de Janeiro, cujos trabalhos necessitam de matéria-prima importada. A comissão presidida por Abreu trabalha para ajudar nas negociações com outros países.
Por isso, a senadora espera que o governo federal apresente cronogramas mensais de vacinação para que se tenha clareza sobre a estratégia de imunização dos brasileiros – assunto que será o motor da retomada econômica.
“Não vai existir mercado sem o fim da covid. Nós precisamos chegar a 150 milhões de pessoas vacinadas urgentemente”, disse Kátia Abreu.