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Logística e construção entram na carteira recomendada de crédito privado

Carteira recomendada de crédito privado para fevereiro tem mudanças em um cenário econômico de maior desafio

Logística

Safra incluiu o setor de aluguel de galpões industriais e construção civil na carteira recomendada para fevereiro | Foto: Getty Images

Na carteira de crédito privado recomendada para fevereiro, o Banco Safra incluiu 3 novos ativos: CRI da Prime (MRV&Co), CRI da Log Commercial Properties e uma debênture da Energisa MS. Saíram os ativos ENJG21 (Jaguara), PLSB1A (Autopista Litoral Sul) e CMIN11 (CSN Mineração).

Em termos setoriais, a carteira mantém exposição ao setor de energia elétrica (geração e distribuição) e sucroalcooleiro. Com as modificações, o Safra incluiu também o setor de logística (aluguel de galpões industriais) e construção civil.

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Na visão do Safra, a robustez financeira do Grupo Energisa mitiga eventuais riscos do segmento de distribuição de energia elétrica e, no caso da Rio Paraná Energia, seu regime de contrato reduz sua exposição ao risco hidrológico, ao qual as geradoras estão expostas.

A MRV&Co se destaca por sua expertise no segmento Casa Verde e Amarela (CVA) e seu potencial de crescimento nos EUA. A Log CP tem a seu favor a diversificação geográfica e o e-commerce, que teve um crescimento relevante durante a pandemia.

Em resumo, o maior desafio do mercado de crédito privado em 2022 deverá ser o cenário econômico incerto, uma vez que os emissores de dívida, no geral, mantêm bom perfil de crédito, com caixa fortalecido e passivos alongados.

Visão Macroeconômica para o crédito privado

O cenário econômico do país tem sido bastante desafiador. Para 2022, a perspectiva de a pandemia ser finalmente controlada, tendo em vista o avanço da vacinação e sua eficácia contra variantes, reduz a necessidade de restrições de mobilidade e favorece a reabertura da economia.

Por outro lado, o aperto monetário para controlar a inflação, somado ao risco fiscal local e eleições, trazem volatilidade nos preços dos ativos.
Olhando para os dados do IBGE de novembro, a surpresa positiva foi o setor de serviços, cuja alta de 2,4% na comparação mensal mostra uma normalização de alguns subsetores, dentre eles destacamos os serviços prestados às famílias (+2,8%). Este subsetor ainda se encontra abaixo do nível pré-pandemia (fev-2020), o que significa margem para crescimento.

O comércio varejista ampliado reportou um crescimento de 0,5% no volume de vendas, considerado tímido em se tratando de um período historicamente mais aquecido. Isso é explicado parcialmente pelo efeito inflacionário na renda das famílias e mudança no perfil de consumo.

A indústria da transformação teve mais uma queda (-0,4%), ainda associado aos gargalos na cadeia de produção. Segundo o IBGE, o maior impacto no resultado consolidado veio do RJ, onde a queda na produção industrial é explicada pelo desempenho negativo dos setores derivados do petróleo.

Com relação à inflação, alguns fatores devem pressionar o índice de preços no Brasil. Por exemplo, o fenômeno La Ninã pode afetar o volume de chuvas em algumas regiões do país e prejudicar o agronegócio, além de elevar o preço de alimentos. O descontrole fiscal em ano de eleição pode impactar o câmbio e, consequentemente, elevar a inflação. Há também os choques na cadeia produtiva global, intensificado pela variante ômicron e incertezas quanto ao preço do petróleo.

Curva de Juros

De acordo com o boletim Focus de 31 de janeiro, o mercado elevou pela terceira vez seguida a expectativa da inflação para 2022, sinalizando preocupação do mercado quanto ao retorno do índice à meta do Banco Central.

O efeito na curva DI há algumas semanas foi uma abertura em todos os vértices. Recentemente, a alocação de capital estrangeiro em países emergentes permitiu um fechamento na curva.

A curva NTN-B, que traz o juro real, continua operando em patamares elevados, principalmente nos vértices mais curtos. Isso reflete a piora de percepção do risco fiscal no Brasil.

No mercado de crédito, o Banco Safra segue com uma visão positiva quanto ao perfil de crédito dos emissores, mas recomenda cautela quanto aos efeitos do cenário econômico incerto, em particular, em setores mais expostos aos efeitos inflacionários.

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