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Volume de emissão de debêntures cresce e traz boas oportunidades

Mercado vive bom momento para investimentos em crédito privado de empresas que podem elevar o prêmio como forma de atrair o investidor

Debêntures

A demanda segue favorável por causa dos juros mais altos que atraem parte do fluxo de investimento em ações para a renda fixa | Foto: Getty Images

O mercado de crédito privado local tem se beneficiado por alguns fatores no lado da oferta e da demanda. Olhando particularmente para as debêntures, o volume emitido em 2021 manteve-se superior à média dos últimos anos, registrando R$ 253 bilhões, mais do que o dobro emitido em 2020 e 37% superior ao valor emitido em 2019.

A demanda segue favorável por causa dos juros mais altos que atraem parte do fluxo de investimento em ações para a renda fixa, incluindo o crédito privado, cujas características oferecem boas alternativas para as alocações, seja para pessoa física ou investidor institucional. Somado a isso, o bom perfil de crédito dos emissores favorece a atratividade dos títulos de dívida corporativa.

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As debêntures incentivadas, por exemplo, atraem bastante o investidor varejo por oferecer proteção contra inflação e isenção de imposto de renda. Mas, no geral, os fundos de investimento são os principais compradores de debêntures, levando quase 40% das ofertas em 2021.

Diante da perspectiva de baixo crescimento do país e aumento da Selic, o mercado de IPOs (oferta inicial de ações) perde atratividade para o investidor, levando as empresas a buscarem financiamento no mercado de dívida local.

Outra opção seria a emissão de dívida no mercado internacional, contudo as taxas exigidas desestimularam esse movimento de captação fora do país. O pipeline de emissões deve ser mais aquecido no 1S22, com várias companhias buscando adiantar as captações antes do período eleitoral e manter caixa robusto.

Na visão do Banco Safra, o bom momento do crédito privado traz diversas oportunidades interessantes de investimentos e muitas companhias podem elevar o prêmio como forma de atrair o investidor, dado o pipeline de ofertas mais apertado no primeiro semestre deste ano.

Do ponto de vista financeiro da companhia, maior inflação e o aumento da Selic, pressionarão as despesas financeiras. O tamanho do impacto no resultado contábil vai depender de alguns fatores de mercado, dentre eles, do setor de atuação da empresa. Contudo, o lado positivo é que o nível médio de alavancagem é baixo e muitas das empresas que vieram a mercado estão capitalizadas e com passivos alongados.

No cenário de alta inflacionária, alguns setores mostram vantagens para companhias em termos de proteção de margem. Por exemplo, concessionárias que prestam serviços de energia elétrica, saneamento e infraestrutura, cuja tarifa de serviço é reajustado pela inflação, devem sentir menos o impacto, enquanto empresas que atuam em setores cíclicos (consumo, por exemplo), devem sentir maior perda na margem por conta da dificuldade de repasse no preço.

Por último, dado todo o desafio no cenário macroeconômico do país e possíveis efeitos adversos do aperto monetário nos EUA, o Banco Safra acredita que o mercado de dívida no Brasil continuará aquecido nos próximos anos, motivado em grande parte pelos investimentos contratados nas últimas concessões de infraestrutura, incluindo saneamento, projetos de transmissão de energia, rodovias e outras.

São investimentos que demandam financiamentos de longo prazo e as companhias vieram preparadas para um cenário de juros mais alto.

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