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Lucro da Vale aumenta mais de 2.200% no 1º trimestre

Mineradora lucrou US$ 5,5 bilhões no primeiro trimestre de 2021, após o acordo de reparação pela tragédia de Brumadinho

Caminhão de minério

A produção de minério de ferro cresceu 14% pra 68 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2021 | Foto: Getty Images

A mineradora Vale registrou um lucro líquido de US$ 5,546 bilhões no primeiro trimestre de 2021, uma alta de 2.220% em relação ao resultado de US$ 239 milhões obtido no mesmo período do ano passado.

O resultado também cresceu de forma significativa em relação ao trimestre anterior, quando a empresa registrou ganhos de US$ 739 milhões.

A companhia informou ter gerado fluxo de caixa livre de mais de US$ 5,8 bilhões entre janeiro e março.

Uma das maiores produtoras globais de minério de ferro, a empresa teve um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de US$ 8,35 bilhões entre janeiro e março, ante US$ 2,882 bilhões um ano antes. Este resultado também veio em linha com as estimativas de analistas.

No documento do balanço, o presidente da companhia, Eduardo Bartolomeo, afirmou estar confiante de que os resultados financeiros refletem a consistência da mineradora no cumprimento das promessas de redução de riscos da Vale.

No comunicado, o executivo destacou a entrada em vigor do acordo referente à tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, e o processo de recompra de ações feito recentemente pela companhia recentemente como pontos favoráveis. A tragédia de Brumadinho, em janeiro de 2019, deixou 259 mortos e 11 desaparecidos.

Produção chega a 68 milhões de toneladas

A produção de minério de ferro da Vale atingiu 68 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2021, uma alta de 14,2% em relação ao igual período do ano passado. No relatório de produção divulgado ao mercado no último dia 19.

A Vale destacou, na ocasião, que avançou em seu plano de estabilização e retomada operacional. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior houve queda de 19,5% no volume produzido pela mineradora, diferença comum por questão sazonal.

O crescimento no comparativo anual é atribuído à retomada gradual das operações paradas nos complexos Timbopeba, Fábrica e Vargem Grande; ao melhor desempenho em Serra Norte e menor volume de chuvas em janeiro de 2021; ao aumento das compras de terceiros; e ao reinício das operações em Serra Leste, no Sistema Norte.

Após a divulgação do relatório de produção, o mercado reafirmou a confiança de que a Vale atinja sua projeção de produção de minério de ferro em 2021, estimado no intervalo de 315 milhões a 335 milhões de toneladas.

Até o fim de março, a companhia atingiu uma capacidade de produção anual de 327 milhões de toneladas. A estimativa é que até o fim do ano, a mineradora tenha uma capacidade de produção de 350 milhões de toneladas anuais.

Dívida cresce para US$ 2,1 bilhões

A Vale registrou no primeiro trimestre deste ano dívida líquida de US$ 2,136 bilhões, com um aumento de US$ 1,238 bilhão em relação ao quarto trimestre (US$ 898 milhões), refletido pela sólida geração de caixa no período.

A dívida líquida expandida diminuiu para US$ 10,712 bilhões em 31 de março, principalmente como resultado da redução da dívida bruta e do impacto da taxa de câmbio sobre os compromissos denominados em reais.

“Olhando para o futuro, a dívida líquida expandida deve tender ao nível de referência de longo prazo de US$ 10 bilhões à medida que continuamos a gerar caixa, cumprir nossas obrigações, distribuir fortes dividendos e recomprar nossas ações, em linha com nossa estratégia de alocação de capital disciplinada”, informa a empresa.

Segundo a Vale, a dívida bruta totalizou US$ 12,176 bilhões em 31 de março, ficando US$ 1,184 bilhão inferior a 31 de dezembro de 2020, “principalmente devido ao resgate de nossos 750 milhões de euros de bonds com vencimento em 2023”.

O prazo médio da dívida era de 9,1 anos em 31 de março, ligeiramente superior aos 8,4 anos em 31 de dezembro de 2020 após o resgate de seus bonds de 2023. O custo médio da dívida, após os swaps de moeda e taxa de juros, ficou em linha com o quarto trimestre, em 4,58% ao ano, acima dos rendimentos equivalentes da curva de títulos da Vale devido ao legado de títulos de cupom elevado ainda em aberto. (AE)

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