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Entenda o que é marcação a mercado e como funciona

Mecanismo ajuda o investidor a saber qual é o valor de um papel ou cota caso ela seja comprada ou vendida naquele dia

Mão de analista apontando para tela de broker, alusivo à marcação a mercado

Com grande poder de influência, a marcação a mercado afeta ativos de renda fixa e renda variável | Foto: Getty Images

O mercado financeiro vai passar por uma mudança importante no dia 2 de janeiro, quando os investidores terão seus investimentos marcados a mercado, ou seja, poderão ver o valor do ativo no ato, caso queiram comprar e vender no dia. Hoje, essa já é a realidade para os títulos públicos do Tesouro Direto, fundos de investimento e ações. Porém, agora, a mudança vai englobar também os títulos privados, debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).

Para entender o que é e como funciona, navegue pelos menus abaixo e vá até o tópico desejado.

O que é marcação a mercado

Marcação a mercado é a atualização diária nos preços de títulos de renda fixa e ativos de renda variável.

Ou seja: ela ajuda a saber qual é o valor de um papel ou cota caso ela seja comprada ou vendida naquele dia.

Algumas vezes, esse mecanismo é mencionado pela sigla “MaM“, ou ainda “MTM”, sigla em inglês para ‘mark to market’.

Nesse sentido, os ajustes acontecem devido às oscilações do mercado.

No entanto, há diferenças entre como isso afeta a carteira de cada pessoa, a depender da forma que a mesma é composta.

Porém, é primordial destacar que a marcação a mercado só vale para quem resgata o investimento antes do prazo de vencimento pré-determinado.

A quem deseja resgatar o dinheiro somente ao final do prazo, como no Tesouro Direto, lhe será pago o que foi estipulado anteriormente.

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Quais são os investimentos afetados pela marcação a mercado

Alguns exemplos de produtos afetados pela marcação a mercado em renda fixa são:

  • Tesouro Selic
  • Debêntures
  • CRIs e CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e Certificados de Recebíveis do Agronegócio)

Por outro lado, no ramo de ativos de renda variável, são diretamente afetados os fundos de investimento, cuja divisão é feita por meio de cotas.

Com funciona na renda fixa

Baseada na matemática financeira, a marcação a mercado considera a flutuação de oferta e demanda de ativos e o comportamento dos mercados.

Por este link, é possível conhecer a metodologia do Banco Safra, com base nas melhores práticas de mercado, sobre a marcação de diversos ativos.

Sendo assim, a marcação é aplicada quando o investidor deseja resgatar os recursos aplicados antes da data de vencimento de um ativo.

É normal, mesmo na renda fixa, que o valor de um título público do tipo Tesouro Selic, por exemplo, oscile para cima ou para baixo.

Abra sua conta

Isso acontece devido às mudanças na política monetária, com redução ou elevação da taxa de juros do Brasil, por parte do Banco Central.

Logo, os papéis que são comprados anteriormente a seguidas altas nos juros podem acabar remunerando menos do que os comprados após esse período.

Soma-se a isso o fato de investidores diminuírem o apetite pelo investimento anterior à alta de juros.

Dessa forma, o papel passa a valer menos, aplicando-se então a lei da oferta e procura.

Vale lembrar que o inverso pode ocorrer, com queda nas taxas de juros e menor pagamento por parte de novos títulos - o que torna o antigo mais interessante.

Para ajudar todos os perfis de investidores, a Anbima divulga, diariamente, um referencial de preços dos títulos públicos e privados (neste link).

Nova regra sobre títulos públicos e privados

A partir de 2 de janeiro de 2023, títulos públicos e privados que estão nas carteiras de pessoas físicas terão que ser marcados a mercado. A regra (íntegra aqui) foi estruturada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Na prática, significa que as oscilações de preço desses papéis de renda fixa terão de ser atualizadas diariamente para os clientes.

Isso traz mais transparência ao investidor que deseja resgatar seu investimento antes do prazo de vencimento.

Influência sobre a renda variável

No caso da renda variável, a todo o momento há uma nova precificação dos ativos que compõem um fundo de investimento - como ações, por exemplo.

Sendo assim, automaticamente o preço de cada cota do fundo é afetado.

Dessa forma, é necessário que o gestor do fundo divulgue diariamente quanto vale cada cota.

Assim, a marcação a mercado evita que riquezas de um cotista sejam transferidas para outro e permite que o investidor saiba quanto vale sua fatia caso queira resgatar seu dinheiro.

Por fim, o mecanismo é obrigatório para a maioria dos fundos de investimento, de acordo com instrução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Fatores que interferem na marcação a mercado

São dois os principais fatores que interferem na marcação a mercado: liquidez (velocidade com que o investidor pode resgatar o recurso) e rentabilidade.

Sobre o primeiro quesito, a marcação é feita de forma mais ágil para os investimentos de maior liquidez, se baseando no preço do ativo ao fim do dia.

Exemplo disso são os títulos do programa de Tesouro Direto do governo federal, cujas referências têm projeções atualizadas pelo governo federal diariamente, assim como o preço unitário e cada papel (aqui).

Saiba mais

Já os ativos de menor liquidez têm sua marcação feita com base em estimativas de seu preço justo para negociação.

Com relação à rentabilidade, a base do cálculo leva em conta a forma como o investidor é remunerado.

Nesse sentido, os títulos públicos pós-fixados têm seu valor ajustado diariamente pela variação da Selic ou do CDI (saiba tudo sobre o Certificado de Depósito Interbancário).

Na outra mão, os papéis pré-fixados ou atrelados à inflação (IPCA) flutuam conforme as expectativas do mercado para a taxa Selic até o vencimento dos títulos.

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