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Movimento empresarial quer acelerar vacinação

Grupo liderado por Luiza Trajano, do Magazine Luiza, lança hoje mobilização por vacinas para todos até setembro

Vacinação

Empresários se preocupam com o ritmo atual de vacinação, que indica até quatro anos para vacinar toda a população | Foto: AE

A empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, lança hoje um amplo movimento empresarial visando a agilização da vacinação da população brasileira contra a covid-19 como ferramenta de reativação da economia.

Ao contrário de mobilizações anteriores de empresas, que tinham por objetivo a imunização de funcionários, este grupo será focado na vacinação via rede pública, respeitando os grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde.

A meta é ajudar a reduzir os “gargalos” para agilizar a compra, o transporte, a distribuição e a aprovação de imunizantes no País, mas sem fazer aquisição direta de vacinas.

O grupo envolvido na criação está tentando angariar nomes para apoiar a campanha, que terá forte movimento de divulgação, mas a intenção é que seja uma frente ampla, que incluirá empresários e entidades de classe.

Vacinar 70% da população até setembro

A ideia é pregar a vacinação de uma parte significativa da população – entre 60% e 70% – até agosto ou setembro.

Líderes de empresas como Suzano, Whirlpool e Volkswagen e Gol já teriam aderido à mobilização de Luiza Trajano. O Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), que Luiza já presidiu, também entrou na mobilização.

O setor produtivo acredita que a questão da vacinação está caminhando muito lentamente no País, segundo integrantes do grupo.

O Brasil, até o fim de semana, havia vacinado 3,5 milhões de pessoas com a primeira dose dos imunizantes Coronavac e AstraZeneca.

No ritmo atual, o País levaria mais de quatro anos para ter toda a população imunizada.

O cálculo é do microbiologista da Universidade de São Paulo (USP) Luiz Gustavo de Almeida. Ele lembrou que, durante a campanha de vacinação contra a gripe, em março do ano passado, já em plena pandemia do novo coronavírus, os municípios brasileiros vacinavam até 1 milhão de pessoas por dia. Atualmente, a média de imunizações diárias é de um quinto disso, ou 200 mil pessoas.

Alternativas para garantir imunização

Há duas semanas, um movimento liderado pelo grupo Coalização Indústria, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), anunciou que estava negociando vacinas diretamente com fornecedores, com o objetivo de usar parte dos imunizantes para vacinar seus funcionários e a outra parte para doar para o Sistema Único de Saúde (SUS).

No entanto, duas das fontes de doses citadas pelo grupo, a AstraZeneca e o fundo BlackRock, negaram que as negociações estariam em curso.

O intuito do movimento angariado por Luiza, no entanto, seria outro. Na última semana, os empresários foram divididos em linhas de trabalho, com cada uma delas analisando os passos necessários para que a vacine chegue à população.

País terá vacinas suficientes

Em um dos grupos, foi analisada a disponibilidade de vacinas. E a conclusão é de que, sim, há imunizantes suficientes para o País vacinar entre 60% e 70% da população até setembro.

Além das compras já firmadas com a Sinovac, para importação e fabricação local da Coronavac, e do acordo com a AstraZeneca, a fonte afirmou que há também negociações com a Pfizer, a Jansen (braço da Johnson & Johnson) e a Sputnik em curso.

Caso as amarras regulatórias, de transporte e de fornecimento dessas doses possam ser destravadas com a ajuda da iniciativa privada, os envolvidos no grupo garantem que haverá doses suficientes para o Brasil. (AE)

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