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O que faz do Romaneé-Conti um dos melhores vinhos do mundo

Entenda porque o rótulo se tornou aclamado por sommeliers e disputado em casas de leilão de todo o mundo

Garrafas de Romaneé-Conti

Vinícola criada por monges no início da Idade Média produz até hoje um dos vinhos mais importantes da França | Foto: Divulgação

Em junho deste ano uma a garrafa número 1 da safra de 1985 do Romanée-Conti  foi arrematada por pouco mais de 900 mil euros (cerca de R$ 5,5 milhões), se tornando o vinho mais caro da história.

Antes, a garrafa considerada a mais bem paga da história era outra, do mesmo domínio: um Romanée-Conti, da safra de 1945. A garrafa comemorativa pelo final da Segunda Guerra Mundial foi leiloada na Sotheby’s por US$ 558 mil (Quase R$ 3 milhões), em outubro de 2018.

Esse lugar no pódio vem sendo ocupado pelas edições reduzidas da Domaine de Romaneé-Conti, desde o reinado de Luis XV, no século 18.

Mesmo com os avanços da tecnologia vinícola, o negócio iniciado por monges medievais – e que hoje é dirigido pelo economista Aubert de Villaine -, não costuma produzir mais de 40 mil garrafas por safra.

O relatório “TOP 10 Investment Wines of the Decade”, da Cult Wines, revela que os rótulos como os do domínio tiveram uma valorização média de 357% em dez anos.

Apesar da internacional fila de espera – e da importância do produto balança comercial reconhecida pelo governo da França –, a maior parte das caixas que saem da Domaine de Romaneé-Conti, permanece em solo francês.

Deixam a vinícola da Borgonha para ocupar caves de colecionadores ou nas adegas dos restaurantes nacionais que também precisam renovar todo ano os seus certificados de melhores do mundo.

As garrafas de safras recentes do vinho têm sido vendidas antes mesmo de a bebida deixar os barris de carvalho – onde permanece por pelo menos 18 meses.

O que faz do Romaneé-Conti a “joia da Borgonha”

  • A localização: o solo do terreno vinícola de Vosne-Romaneé tem a concentração de calcário perfeita para a produção e amadurecimento da uva. A inclinação do terreno recebe ângulos de incidência solar sobre as folhas das videiras que nutrem os frutos na medida perfeita.
  • A uva. Diferentemente de quase todas as grandes uvas francesas, que encontraram solos adequados em outros países e continentes, a Pinot Noir não alcançou em nenhum outro lugar do mundo a excelência das vinícola iniciada por monges beneditinos na Alta Idade Média nas colinas borgonhesas.
  • O tempo. É um vinho que amadurece entre 6 e 12 anos, quando então atinge seu mais alto padrão, mas com potencial de guarda de até 20 anos, se guardado adequadamente. A colheita é tardia, para que a maturação da uva seja perfeita, a fermentação é controlada abaixo de 33°C.
  • A escala. As safras reduzidas permitem o controle biodinâmico e 100% artesanal. As plantações são acompanhadas cacho a cacho, em uma tradição familiar que é mantida entre as pouco mais de 400 famílias da região.

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