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Vinhos naturais: o que são e por que estão na moda

Orgânicos, biodinâmicos ou naturais, os 'novos vinhos' caíram no gosto do consumidor, apesar de custarem mais

Vinhos naturais estão na moda

Vinhos naturais são normalmente produzidos com uvas orgânicas, mas têm pouca intervenção técnica na fermentação | Foto: Getty Images

Quem frequenta adegas (virtuais ou presenciais) deve ter notado a multiplicação de vinhos com rótulos com os carimbos orgânico, biodinâmico ou natural.

Antes restritos a redutos “naturebas”, os vinhos orgânicos, biodinâmicos e naturais caíram no gosto de chefs de cozinha, sommeliers e dos apreciadores de vinhos tradicionais.

Levantamento do instituto Transparency Market Research mostra que as vendas de vinhos orgânicos alcançaram o faturamento de US$ 11 bilhões no mundo em 2020. A projeção é chegar a US$ 30 bilhões em 2030.

“Antes, as pessoas estranhavam. Mas a busca por vinhos dessas categorias vem aumentando visivelmente”, conta Guilherme Mota, sommelier responsável pela Adega da Quitanda. “Hoje, a cada 10 clientes, pelo menos 7 procuram esses vinhos”, diz ele.

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Vinhos com história

A sommeliére Cibele Siqueira também vê o aumento da procura pelos novos vinhos entre os rótulos comercializados pelo Wine, um dos maiores clubes de assinaturas de vinhos do Brasil.

“Assim como aconteceu com a gastronomia, o consumo de vinhos é cada vez mais impulsionado pela história por trás do produto e aos benefícios da redução de ingredientes químicos artificiais”, diz a especialista, com certificação WSET 3 e EVP em Vins de Provence.

Vinhos naturais, biodinâmicos ou orgânicos?

Em comum, esses três tipos de vinho apresentam alguma redução de intervenção química ou física à fermentação da uva, mas de maneiras e em etapas diferentes.

Os vinhos naturais são feitos de mostos fermentados de uvas orgânicas (cultivadas sem agrotóxicos) que possuem quase nenhuma ou nenhuma intervenção, nem conservantes químicos, nem aditivos, quase nenhuma tecnologia humana além da colheita e engarrafamento.

Os vinhos biodinâmicos recebem essa classificação pelo processo de produção e cultivo que começa pelo tratamento do vinhedo, de acordo com o calendário lunar.

Como os naturais, é livre do uso de pesticidas e “correções”, como a adição de sulfitos para a finalização da bebida, técnica usada na produção de vinhos tradicionais.

Já os vinhos orgânicos, além das práticas sustentáveis, precisam ter 95% de seus compostos orgânicos e certificados para receber os selos oficiais de agricultura orgânica.

A maior diferença em relação aos outros dois vinhos da moda é que as correções podem ser feitas, contanto que se utilize para isso apenas elementos orgânicos.

Há quem defenda a ideia de que a redução nas intervenções como o acréscimo de sulfitos para a preservação da bebida, diminui o efeito nocivo que causa a sensação de ressaca.

Mas a fermentação natural também produz o sulfito. E os médicos são categóricos em afirmar que o que causa a ressaca é o álcool, ou melhor, o fígado processando o álcool, presente em todas essas novas categorias.

“Hoje já existem diversos produtores pelo mundo que produzem vinhos de forma orgânica sem buscar a certificação” diz Mota. A aposta desses empresários é que, em alguns anos, a oferta mais importante seja de orgânicos e até naturais e que então o uso de agrotóxicos passará a ser motivo de aviso nos rótulos.

As certificações são caras. E os cuidados artesanais no processos de produção também acabam impactando no bolso do consumidor final.

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