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Agência Estado

Elizabeth II: o mundo perdeu sua última grande líder

O reinado de 70 anos de Elizabeth II mostra o quanto ela foi decisiva para a descolonização e diversificação da sociedade britânica

Elizabeth II

Elizabeth II organizou seu legado brilhantemente para as próximas gerações | Foto: Divulgação

Confesso que sinto uma imensa vontade de contar sobre minha longa ‘relação’ com “ The Queen”, discorrer sobre o quanto a admirei, como é inspiração constante em noites de dúvidas. Sim! Creio já ter assistido a todos os documentários já feitos sobre a monarca e o faço há décadas. Tudo isso na primeira pessoa mesmo. Mas não, não é sobre mim e de alguma maneira esta também é uma lição dela.

Parte a última grande líder do mundo contemporâneo. Não será fácil para a realeza perder a pessoa e a monarca símbolo que assumiu o trono aos 26 anos de idade. Ela não é substituível e, por isso mesmo, organizou seu legado brilhantemente até as próximas gerações.

Quem acompanha um pouco da família real britânica já deve ter percebido que muito além do príncipe Charles, agora rei, William e Kate seguem à risca as lições aprendidas com a rainha. 

Embora tenha reinado mais que qualquer outro ser vivo, foi tão humana que nunca mais foi a mesma após a morte de seu marido, o príncipe Philippe, em abril de 2021. Eles foram casados por 73 anos. 

A morte de Elizabeth II é o fim de uma era; a história e ela se confundem nas quase dez décadas de sua engajada atuação.  

Reinou sobre 15 primeiros-ministros; a última a ser nomeada por ela chegou ao cargo dias antes de seu falecimento, no Castelo de Balmoral, na Escócia, onde tradicionalmente passava o verão. De Churchill a Liz Truss, todos a reverenciaram. 

Foi decisiva para a descolonização e diversificação da sociedade britânica. 

Liderou pelo exemplo e deixa inúmeras lições para a posteridade, que ouso listar:

  • Nunca se sabe quando você estará na liderança, esteja preparado.

  • Abrace o novo. Quem a viu liderar seções no Zoom durante a pandemia, ou participar interativamente do seu jubileu de platina, “tomando chá” com  o paddington bear, ou “saltando”  de paraquedas com James Bond,  sabe, que a pessoa mais influente da história atual, fez jus ao agora, até seu último dia.

  • A vanguarda foi seu lugar. Já em sua coroação, em 1953, contrariou Churchill para que a cerimônia fosse televisionada e foi um absoluto sucesso.

  • Inovar sempre. Foi a primeira chefe de estado a enviar mensagem eletrônica e isso em 1976!

  • Encontre as pessoas que você lidera pessoalmente, não meça esforço. Estar próximo é um gesto de respeito.

  • Seja resiliente: Mantenha a calma e continue. De bombardeio da segunda guerra, a lidar com atentados, ou quando um intruso chegou a invadir seu quarto. Manteve o princípio que a representa. 

  • As grandes mudanças que promoveu são lembradas pela emoção e não pelo temor que causaram. 

  • Cultivar o equilíbrio diante do caos. Fique acima das brigas e disputas: “Never complain, never explain”.

  • É dever dos monarcas britânicos não expressar opiniões políticas, mas sim encorajar, alertar e aconselhar; repórteres reais ressaltam que a frase “nem todo assunto merece sua atenção”, a representa. 

  • Perdoar é preciso, ainda que perdoar não seja esquecer. A forma como lidou com príncipe Harry e Meghan Markle, que muito além de serem dissidentes, aproveitam o silêncio auto imposto da realeza para turbinarem seus status de celebridades hollywoodianos. 

 Volto para meus pensamentos: às vezes a nossa opinião é só nossa, a despeito do que o ego prega, é sobre o que ecoamos que nos torna imortais. God save the Queen.


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