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Os melhores setores para investir em renda fixa

Recomendações incluem maior exposição aos setores de energia, mineração, transporte rodoviário e sucroalcooleiro

Mãos de pessoa teclando em laptop

O Safra espera spreads mais atraentes, motivados, em parte, pela intenção de captação de recursos pelas empresas antes do período eleitoral | Foto: Getty Images

O Banco Safra fez alterações na carteira recomendada de renda fixa para janeiro. Com isso, a carteira ficou exposta aos setores de energia elétrica (geração), sucroalcooleiro, transporte rodoviário e mineração.

Com relação ao setor elétrico, o Safra mantém a visão mais positiva para as empresas, uma vez que o Operador Nacional do Sistema (ONS) destacou que há baixos riscos de racionamento de energia em 2022 e a previsão é de que os reservatórios do subsistema Sudeste e Centro-Oeste atinjam 58% até maio de 2022.

No setor de açúcar e álcool, para a próxima safra o banco espera preços ainda atraentes e aumento na moagem, em comparação à safra atual.

No setor de mineração, a expectativa é uma demanda estável de minério de ferro por parte da China, uma vez que o estímulo do governo chinês deve se reduzir. Por outro lado, o plano de infraestrutura norte-americano deve puxar a demanda por aço. No transporte rodoviário, em 2021 acompanhamos importantes leilões e investimentose e para 2022, o governo espera leiloar mais de 13 mil km.

Novos ativos para carteira de renda fixa de janeiro recomendadas pelo Banco Safra

  • ENJG21 (Companhia Energética Jaguara)

  • PLSB1A (Autopista Litoral Sul)

  • RIPR22 (Rio Paraná Energia)

  • Foram excluídos os títulos CPGT26, ENMI21 e CRA02100SC

Fatores que motivaram a revisão da carteira

Cenário de macroeconomia, de acordo com as últimas atualizações do IBGE, e o comportamento do mercado de crédito privado nos últimos meses.

Macroeconomia

Os dados de outubro divulgados pelo IBGE mostram uma possível desaceleração econômica para o quarto trimestre de 2021. Na comparação com setembro, a indústria de transformação manteve a tendência de queda, que está fortemente associada à falta de insumos nas cadeias de produção. Este efeito deve se perdurar até meados de 2022, dificultando a retomada da indústria.

Olhando para o varejo ampliado, cuja queda foi de 0,9% em comparação a setembro, o Safra destaca que a inflação na casa dos dois dígitos tem comprometido o poder aquisitivo das famílias.

Somado a isso, há o aumento no custo do crédito, refletindo a alta na Selic. No setor de serviços, houve contração de 1,2% em comparação a setembro. Entretanto, serviços prestados às famílias se destacam positivamente com alta de 2,7%. Espera-se avanço nesse subsetor, uma vez que a atividade se encontra abaixo dos níveis pré-pandemia.

No lado da demanda, o aumento esperado do consumo das famílias deve ser ligeiramente afetado pela alta inflacionária e o crédito mais caro, o que impacta o consumo de bens duráveis.

Em 2021, a inflação foi pressionada por algumas frentes, destacando-se: alimentos, em especial a proteína animal, energia elétrica e combustíveis. Algumas, pouco sensíveis à política monetária do país.

Previsões para 2022 mostram, a exceção de serviços, menor pressão dos grupos especiais do IPCA. Porém, o índice pode encerrar acima do teto da meta da inflação.

Mercado de Crédito Privado

O interesse pelo crédito privado tem aumentado diante de um cenário de alta inflacionária e aumentos consecutivos na taxa Selic. Em particular, as debêntures incentivadas foram bastante demandadas, primeiro pela proteção à inflação, prêmio atrativo e bom perfil de crédito dos emissores que, no geral, tiveram bons resultados no segundo semestre deste ano.

O fluxo comprador de debêntures incentivadas se refletiu na redução dos spreads (sobre a NTN-B) negociados no mercado secundário, que se caracteriza pela baixa liquidez.

Em particular, o Safra cita o forte fechamento das taxas de debêntures com vencimento no curto prazo, o que motivou a busca de oportunidades mais interessantes no médio e longo prazo para as carteiras.

Já no mercado primário, o Safra espera spreads mais atraentes, motivados, em parte, pela intenção de captação de recursos pelas empresas antes do período eleitoral.

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