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Pão de Açúcar anuncia reestruturação societária

Banco Safra muda recomendação de compra do GPA para neutra e considera que momento é de obter lucro, após valorização de 45% desde julho

Supermercado

Um dos principais varejistas de alimentos no país, o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) tem recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 23,00 por ação | Foto: Getty Images

O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) anunciou seu plano de reestruturação societária que deverá resultar na segregação do GPA Brasil e do Grupo Éxito. A separação do grupo colombiano Éxito ajudaria a “destravar valor” do negócio. A empresa faz parte do GPA desde uma reestruturação de negócios feita pelo controlador Casino, em 2019, e desde 2020, o GPA avalia estratégias para as suas operações — como venda de lojas a fundos, algumas já anunciadas, e ofertas de ações no exterior e venda dos partes dos negócios.

Diante disso, o Banco Safra alterou a recomendação de compra para Neutra, mantendo o preço-alvo para 2023 no valor de R$ 23,00 por ação, o que implica um P/L ’24 de 11x. Uma parte crucial da tese de investimento do Safra foi que a soma das partes sugeria uma grande assimetria em relação ao valor de mercado do GPA. No entanto, desde o início do relatório de cobertura (31 de julho), o Grupo Pão de Açúcar subiu 45% sendo negociado a um P/L ’24 de 11,3x (comparado a 9,8x de Assai, a principal escolha do Safra no setor).

Saiba mais

A segregação do GPA e do Éxito deverá se dar por meio de uma redução de capital do GPA com a distribuição de 83% das ações do Éxito atualmente detidas pelo GPA aos seus acionistas por meio de BDRs e ADRs.

Os acionistas do GPA receberão 4 ações da Éxito para cada ação do GPA. Após a operação, o GPA deve permanecer com 13% de participação no Éxito, enquanto o Casino deve ter 34% e o novo free float do Éxito que inclui o atual free float do GPA passaria a ter 53% de participação (dos atuais 3,5%).

A empresa visa desbloquear valor com maior liquidez e visibilidade do Éxito. Não são esperadas dissinergias, pois o Éxito e o GPA Brasil operam de forma independente do ponto de vista operacional ou financeiro.

Além disso, não há grandes custos envolvidos com a transação além de uma possível taxa de renúncia dos credores (cerca de 50bps ou menos de R$ 50M).

O que fazer a seguir? A resposta do Safra é: obter lucros. O banco apoia a transação e seus méritos. Mas destaca que, após a alta de 45% desde o início do relatório de cobertura, vê as ações com preços justos: P/L ’24 de 11,3x vs ASAI3: 9,8x (melhor escolha do banco no setor); GMAT3: 11,1x; e CRFB3: 11,9x.

Além disso, o Safra acredita que deve haver um potencial excesso de ações da Éxito, pois alguns fundos podem ter restrições quanto à detenção de BDRs/ADRs e/ou mandato para investimentos diretos em outros países além do Brasil.

Após o anúncio do Pão de Açúcar, são esperados os seguintes passos:

  • i) preparação da transação até 22 de dezembro: validação e aprovações dos credores, preparação da listagem de ADRs e BDRs;
  • ii) prazo de aprovação pelos Órgãos de Governança do GPA e Reguladores até o 1T23;
  • iii) conclusão da transação até o primeiro semestre de 2023.

Vale a pena investir nas ações PCAR3?

  • Cenário de recuperação macroeconômica e juros baixos é positivo;
  • Valuation segue atrativo;
  • Crescimento contínuo da divisão de atacarejo;
  • Renovação das operações de varejo, gerando retornos crescentes;
  • Perspectivas operacionais positivas e potencial entrada de ativos maduros.

Quais os principais riscos de PCAR3?

  • Mercado multivarejo muito competitivo;
  • Desaceleração da economia global;
  • Interrupção da agenda de reformas no Brasil e aumento da taxa de juros;
  • Queda acentuada no preço de commodities e subsequente deflação de alimentos;
  • Competição irracional levando a uma erosão de margens e retornos menores;
  • Governança corporativa.

Sobre o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3)

Fundado em 1948, em São Paulo, o GPA, empresa varejista do Grupo Casino, está presente em todas as regiões do Brasil. É dona de várias das principais marcas do setor no Brasil, com um portfóilio que inclui negócios como Pão de Açúcar, Extra, Compre Bem e Assaí.

Trata-se do maior grupo de varejo alimentar na América do Sul, com um portfólio diversificado de bandeiras e marcas líderes no Brasil, Colômbia, Argentina e Uruguai. O GPA teve aprovação para o processo de spin-off da operação de cash & carry, que permitiu ao Assaí se tornar independente, potencializando o crescimento em seus mercados de atuação.

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