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Por que o Brasil não vai atingir as metas ESG da Agenda 2030

Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU Brasil, reconhece atrasos e avalia avanços da Agenda 2030, em entrevista ao 'Papo de Especialista'

Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU Brasil, em entrevista ao videocast do Banco Safra | Foto: Divulgação

O plano foi traçado em setembro de 2015, numa Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em Nova York. Na ocasião, representantes de 193 estados membros bateram o martelo para 17 objetivos de desenvolvimento sustentável. Trata-se da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas.

O objetivo era muito claro: conquistar um mundo melhor em diversas frentes. Dentre as importantes metas estabelecidas estavam na mesa a erradicação da pobreza, igualdade de gênero e ações contra a mudança global do clima. Em outras palavras, pela primeira vez na história todos os problemas da humanidade foram reunidos numa única agenda com metas estabelecidas.

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“Certamente a gente não vai atingir as metas até 2030, seja no Brasil, ou no mundo. Todos nós sabemos o que está na meta, medimos o que já conquistamos até agora, tudo o que ainda falta e estamos seguindo em frente com essa agenda”, explica Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU Brasil, em entrevista exclusiva ao Papo de Especialista, videocast do Banco Safra.

Para ele, os percalços como a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia atrasaram significativamente a agenda global. A boa notícia é que o mundo está num intenso debate sobre todas as questões importantes que envolvem a pauta do desenvolvimento das nações. A evolução em cada uma das frentes até vem ocorrendo, mesmo que num ritmo ainda longe do ideal ou desejado.

Carlo Pereira ressalta na entrevista que, mesmo estando longe de efetivamente atingirmos as metas do Pacto, a agenda global tem evoluído nos últimos anos. “Se a gente olha pra frente bate sempre um desespero, mas se olharmos para trás vemos que muitas coisas boas para a sociedade foram conquistas nos últimos anos”, explica.

Um dos exemplos citados por ele na entrevista é o fato de que, de 2000 a 2015, o Brasil saiu de 70% de pobreza extrema, para 30%. Outro avanço notável nesta agenda se deu recentemente em outra frente, quando no ano passado o burnout (Síndrome do Esgotamento Profissional) passou a ser considerado uma doença ocupacional no Brasil, o segundo país mais ansioso do mundo.

Uma pesquisa realizada pelo Pacto Global no Brasil revela que 78,4% das empresas no país já adotaram a agenda ESG, a sigla em português significa ambiental, social e governança. “As empresas entenderam que elas precisam adotar práticas ambientais, sociais e de governança. Na minha concepção, o conceito de ESG nada mais é que a forma prática de como as empresas se relacionam com a sociedade”, completa Carlo Pereira.

O Pacto

O Pacto Global foi lançado em 2000 pelo então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e é considerado um grande chamado para as empresas alinharem suas estratégias e operações nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção, além de desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade.

Trata-se da maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 16 mil participantes, entre empresas e organizações, distribuídos em 70 redes locais, que abrangem 160 países. No Brasil, o Pacto Global foi criado em 2003, e hoje é a terceira maior rede local do mundo, com mais de 1,5 mil membros.

Grupo J.Safra integra compromisso do Pacto Global

Em 2021, o Grupo J.Safra passou a integrar como signatário o Pacto Global da ONU. A adesão do Grupo J.Safra reforça o compromisso da instituição com as melhores práticas de governança e responsabilidade socioambiental.

Para entrar no Pacto Global, é preciso estar de acordo e vigilante em relação a dez princípios baseados em direitos humanos e trabalhistas, preservação do meio ambiente e medidas anticorrupção Compromissos dos signatários do Pacto Global da ONU:

  • Apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos
    internacionalmente.
  • Assegurar-se de sua não participação em violações destes
    direitos.
  • Apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do
    direito à negociação coletiva.
  • A eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou
    compulsório.
  • A abolição efetiva do trabalho infantil.
  • Eliminar a discriminação no emprego.
  • Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais.
  • Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade
    ambiental.
  • Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias
    ambientalmente amigáveis.

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