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Pessoas físicas devem investir R$ 8 bi em ações da Eletrobras com o FGTS

Trabalhadores poderão utilizar até 50% do saldo de suas contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço até o limite de R$ 50 mil

FGTS na Eletrobras

Aneel apresentou projeções de reajustes para o ano que vem | Foto: Getty Images

 Bancos que coordenam a operação de privatização da Eletrobrás é de que investidores pessoas físicas deverão marcar presença maciça na mega oferta de ações. O período para reserva de ações começa nesta sexta, 3, e vai até o dia 8 (quarta-feira da próxima semana). A definição do preço do papel está marcada para o dia 9.

Com a possibilidade do uso do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), a estimativa é de que a participação do varejo chegue a R$ 8 bilhões, de um total de mais de R$ 30 bilhões previstos para a oferta. 

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A forte participação dos investidores pessoas físicas terá impulso do FGTS. Os investidores podem fazer aporte mínimo de R$ 200, até o limite de 50% do saldo ativo do FGTS. O prospecto da oferta de ações limita também que o uso do FGTS não ultrapasse o total de R$ 6 bilhões.

A expectativa entre os bancos que coordenam a operação é de que esse grupo compre até R$ 5 bilhões. Somado a esse montante, outros R$ 3 bilhões, ou 10% da oferta, deverão vir de dinheiro de pessoas físicas não vinculado ao fundo. Além de usar o dinheiro hoje sujeito às regras do Fundo, haverá a possibilidade de troca de ações da Petrobras e da Vale, compradas com esse mesmo recurso, por papéis da Eletrobras.

Trabalhadores mostram interesse em investir em Eletrobras com o FGTS

A expectativa é de uma demanda robusta, algo que à primeira vista pode parecer contraditório diante de um contexto de um mercado fraco e de muita aversão ao risco. Mas os investidores dizem acreditar que a empresa terá uma forte valorização depois da desestatização, pois esse movimento era muito aguardado. Por isso, muitos fundos de ações estão vendendo papéis de empresas do mesmo setor para ter dinheiro para investir na oferta, disse uma fonte.

Prova dessa estimativa é de que grandes investidores mostraram apetite para comprar R$ 30 bilhões em ações – ou seja, quase o total ofertado.

No entanto, os bancos que assessoram a oferta limitaram que os chamados fundos âncoras ficassem no máximo com metade do volume, ou seja, R$ 15 bilhões. Do restante da oferta, um volume entre R$ 3 bilhões e R$ 5 bilhões deverá ficar na carteira dos investidores prioritários, como os atuais acionistas minoritários.

Na oferta, a União terá sua fatia reduzida para menos de 50% do total das ações. Se todas as ações forem vendidas, a participação do governo e do BNDES cairá dos atuais 60% para cerca de 33%, considerando o capital total da empresa (consolidado das ações).

O modelo da privatização é o mesmo que foi utilizado pela antiga BR Distribuidora, que antes pertencia à Petrobras (o negócio foi rebatizado de Vibra). Empregados e aposentados pela Eletrobras também poderão comprar ações.

Riscos da operação

Na agenda de reuniões com o mercado, um dos pontos centrais tem sido a situação de Furnas, que precisa ser solucionada para que a privatização da Eletrobras vá adiante. É necessário que investidores que possuem papéis da dívida de Furnas – os debenturistas – aprovem um aporte da empresa na Santo Antônio Energia.

A assembleia relativa ao assunto foi adiada para a próxima segunda-feira, 6, data máxima para que esse imbróglio seja resolvido. Segundo gestores de fundos que participaram das reuniões, porém, esse não é um risco relevante. (AE)

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