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Dividendo abaixo do esperado afeta ação da Petrobras

Estatal encerrou 2023 com lucro líquido de R$ 124,6 bilhões, queda de 33,8% em relação a 2022, quando os preços do petróleo estavam mais altos por causa da guerra na Ucrânia

petróleo petrobras

O Ibovespa apresentou queda de -0,43% no último pregão, cotado a 128.339,76 pontos | Foto: Getty Images

Reação das ações da Petrobras à redução da distribuição de dividendos deve impactar a abertura do mercado doméstico hoje. O conselho de administração da empresa aprovou R$1,099/ação em dividendos, mas reteve o pagamento de dividendos extras.

A Petrobras comunicou que o conselho de administração recomendou a distribuição de dividendos equivalentes a R$ 14,2 bilhões remanescentes do quarto trimestre de 2023, sem dividendos extraordinários. O valor será encaminhado para avaliação da AGO (Assembleia-Geral Ordinária), prevista para 25 de abril de 2024. Em caso de aprovação, a companhia pagará dividendos totais de R$ 72,4 bilhões em relação ao exercício do ano passado. O valor vem abaixo do previsto pelo mercado, que esperava R$ 90 bilhões.

A empresa encerrou 2023 com lucro líquido de R$ 124,6 bilhões, com queda de 33,8% em relação aos R$ 188,3 bilhões registrados em 2022, quando os preços do petróleo estavam mais altos por causa da guerra na Ucrânia.

Análise Técnica:

O Ibovespa apresentou queda de -0,43% no último pregão, cotado a 128.339,76 pontos. O ativo está em tendência neutra no médio e no curto prazo. Na alta, a primeira resistência fica em 131.500 pontos e a segunda em 134.300. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 126.500. O próximo fica na faixa de 122.600 pontos.

O Dólar Futuro apresentou queda de -0,28% no último pregão, cotado a 4.944,00 pontos. O ativo se encontra em tendência neutra no médio e no curto prazo. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.940 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.860. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.035 e a segunda em 5.145.

Exterior:

Bolsas na Ásia fecharam em alta e mercados na Europa e futuros nos EUA indicam pregão positivo. O PIB do 4T23 da Zona do Euro mostrou estabilidade na comparação trimestral e ficou dentro das expectativas de mercado. Os dados do mercado de trabalho nos EUA referentes a fevereiro serão divulgados às 10:30h e a estimativa de consenso de mercado é de uma criação de 200 mil vagas no período, o que representaria uma desaceleração em relação a criação de 353 mil vagas em janeiro. Na parte da noite, serão divulgados dados de preços na China, com expectativa de contração de 2,5% para a inflação ao produtor e de expansão de 0,3% na inflação ao consumidor.

Commodities:

Petróleo apresenta leve baixa (USD82,9/b; -0,13%)
Minério de ferro registra queda (USD115,1/t; -1,43%)

Empresas:

Vale: Conselho de administração da Vale se reúne e a sucessão deve ser discutida, embora não esteja na pauta, segundo o Valor, que não diz como obteve a informação / Tendência é que o impasse em torno do tema no colegiado, verificado em fevereiro, seja desfeito. Uma possibilidade é que Eduardo Bartolomeo seja reconduzido por um período
Enauta: Lucro líquido 4T R$68 mi X R$182,1 mi a/a
Petrobras: Santander rebaixa Petrobras para neutro

Agenda do Dia:

10:30 – EUA – Payroll/Fevereiro
22:30 – China – PPI e CPI/Fevereiro

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 128.340 (-0,43%)
S&P: 5.157 (+1,03%)
Dólar Futuro: R$4,94 (-0,28%)

Atualizações Safra:

Arezzo&Co – Resultados do 4T23: Números em linha com o esperado, atenção total aos comentários sobre a fusão

No 4T23, a Arezzo&Co registrou um crescimento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior e um aumento de 16% no EBITDA, com uma margem EBITDA de 15,5% (em linha com nossas expectativas e com as do consenso), atestando a forte execução da empresa. Em termos de desempenho de marca, os destaques em termos de crescimento de receita foram AR&Co (aumento de 15% em relação ao ano anterior), Arezzo (aumento de 13% em relação ao ano anterior) e Vans (aumento de 17% em relação ao ano anterior). Além disso, a empresa conseguiu melhorar sua margem bruta em 240 pontos-base em relação ao ano anterior, apesar dos ventos contrários da operação internacional. Além disso, despesas gerais, administrativas e com vendas sob controle, totalizando um EBITDA de R$221 milhões, levou a uma expansão de margem de 100bps em relação ao ano anterior.

Nossa opinião. Em suma, a Arezzo continua a apresentar um sólido desempenho de vendas, aliado à expansão da margem e a um balanço com baixa alavancagem. No entanto, acreditamos que, de agora em diante, o desempenho operacional dividirá o palco com as expectativas em relação à fusão. Como mencionamos em nosso relatório sobre a fusão da Arezzo com a SOMA, continuamos a ver a transação como positiva para ambas as empresas, que estão sendo negociadas atualmente com uma avaliação atraente (P/L de 13x em 2024), daí nossa recomendação de Compra

Petrobras: resultados do 4T23 – A decepção com os dividendos deve chamar a atenção
Com o resultado do 4T23, a Petrobras também anunciou os dividendos do trimestre. A surpresa negativa veio dos dividendos extraordinários: embora não esperássemos que a empresa pagasse o valor total disponível para a remuneração extraordinária, também não esperávamos que a Petrobras não pagasse nada nessa frente, o que deve decepcionar o mercado. No lado operacional, o EBITDA recorrente ajustado de R$74,3 bilhões para o trimestre foi apenas 2% acima de nossa previsão e 11% maior em relação ao trimestre anterior. O lucro líquido de R$31,0 bilhões ficou 3% abaixo da nossa previsão, uma vez que ganhos cambiais acima do esperado foram mais do que compensados por impairments de ativos e perdas com o descomissionamento de áreas. Acreditamos que a surpresa com os dividendos torna o custo de carregar ações da Petrobras menos atraente e aumenta a incerteza sobre pagamentos futuros e alocação de capital, e deve eclipsar os resultados operacionais em linha.

Dividendos. A Petrobras anunciou dividendos de R$14,2 bilhões relativos ao lucro do 4T23, equivalentes a R$1,10/ação e um yield de 2,7%. Esse valor é compatível com o payout mínimo estabelecido na política de dividendos e um pouco acima da nossa estimativa de R$1,07/ação. Surpreendentemente, a empresa não propôs o pagamento de dividendos extraordinários e, em vez disso, direcionou R$43,9 bilhões para a recém-criada reserva de remuneração de capital, que pode ser usada para futuros dividendos e recompra de ações, mas também pode ser incorporada ao capital da empresa, trazendo incertezas sobre quando poderia ser paga e em que montante. O dividendo anunciado será pago em duas parcelas iguais de R$0,55/ação cada, em 20 de maio e 20 de junho, e as ações começam a ser negociadas ex-dividendo a partir de 26 de abril.

Fleury – Resultados do 4T23 – Números bastante em linha conosco, um pouco abaixo do consenso
O EBITDA ajustado ficou em linha com nossa estimativa (-3% vs. consenso). O Fleury reportou resultados bastante em linha no 4T23, com margem EBITDA ajustada ligeiramente melhor que nossa estimativa e em linha com o consenso. O Fleury vem apresentando um sólido desempenho com melhorias nas despesas diluídas, o que levou a uma sólida expansão de margem em relação ao ano anterior, possivelmente atribuível às sinergias decorrentes de uma integração bem-sucedida com o Pardini. O core business apresentou alguma desaceleração, provavelmente relacionada a um efeito negativo de calendário. Mantemos nossa recomendação Neutra, pois não vemos muita vantagem para a ação em termos de avaliação, apesar da sólida execução em um ambiente desafiador para o setor de saúde.

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