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Petrobras precisa cobrar preços de mercado, afirma presidente da estatal

Com as tensões na Ucrânia pressionando os preços do petróleo, o presidente da Petrobras defende que a estatal deve praticar preços de mercado

Petrobras

Associação de importadores de combustíveis afirma que preço da Petrobras tem defasagem de 10% em relação ao mercado global | Foto: Getty Images

O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, afirmou que a estatal precisa praticar preços de mercado e se comportar como uma empresa privada. O motivo é que a estatal não consegue atender todo o mercado de combustíveis brasileiro com suas refinarias, que operam com ociosidade de cerca de 20%.

A declaração ocorre no momento em que o mercado teme alta dos preços do petróleo por causa das tensões geopolíticas na Ucrânia. A tensão entre países do Ocidente e a Rússia podem desencadear sanções contra Moscou e, com isso, bloquear parte da oferta de petróleo russo e agravar a crise energética na Europa.

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Segundo o general, a Petrobras evita repassar imediatamente a variação dos preços internacionais, mas precisa fazer reajustes quando observa mudança estrutural nos preços.

“Não conseguimos atender ao mercado todo, temos que ter paridade com a importação. O abastecimento do mercado tem que ser uma oportunidade para todos”, disse Luna em evento do Credit Suisse.

Segundo a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem da gasolina e do diesel já atinge 10% em alguns portos brasileiros, em comparação com a cotação internacional.

O preço dos combustíveis, com inúmeras críticas à Petrobras, têm sido uma bandeira do presidente da República, Jair Bolsonaro, que pretende zerar os impostos federais do diesel para amenizar o valor nos postos para os caminhoneiros, seus apoiadores na última eleição presidencial.

“A Petrobras tem responsabilidade social, mas não pode fazer política pública”, afirmou Luna ao ser perguntado sobre os elevados preços dos combustíveis.

O diretor Financeiro e de Relações com o Mercado da Petrobras, Rodrigo Alves, afirmou que nos últimos cinco anos a estatal pagou mais de R$ 1 trilhão em tributos e que esta seria a melhor forma de retorno para a sociedade. Segundo ele, todo o retorno da empresa vai para tributos, dividendos e investimentos. “Não temos interesse em reter recursos”, disse Alves.

De acordo com Silva e Luna, os recursos que a Petrobras paga em tributos e dividendos são capazes de gerar empregos, e essa é a melhor forma de dar retorno à sociedade. Ele explicou que, apesar de estatal, a companhia não pode simplesmente reduzir o preço dos combustíveis e ter prejuízo, como já ocorreu no passado.

Silva e Luna destacou que em 2021 a Petrobras pagou R$ 220 bilhões em tributos e R$ 27 bilhões em dividendos só para a União. “Uma Petrobras saudável e forte para a sociedade gera um valor muito grande”, ressaltou. (AE)

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