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Por que a China é tão importante para o Brasil?

PIB da China deve crescer 4% em 2022 e 2023, um valor muito alto para o mundo, mas muito aquém dos 8% de expansão chinesa em 2020

China

Os impactos do crescimento chinês são sentidos no nosso mercado de metais, frigoríficos, agrícola entre outros | Foto: Getty Images

A economia chinesa figura, há muito tempo, entre as mais importantes do mundo. Com um PIB de mais de 14 trilhões de dólares, o país ocupa a segunda colocação no ranking, atrás apenas dos EUA. Com dimensões continentais e uma enorme população, possui um mercado interno muito aquecido e seu crescimento vigoroso, bastante ancorado no mercado imobiliário, faz com que o gigante do oriente seja um dos maiores consumidores de minério de ferro do mundo.

A velocidade e constância da expansão chinesa espantou o mundo. Durante anos vimos o país crescendo a taxas agressivas, atraindo investidores e empresas. Muitas companhias migraram parte de sua operação para a China, aumentando tanto sua importância econômica quanto sua posição estratégica no mercado consumidor e na cadeia de suprimentos.

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A crise sanitária de 2019 trouxe à tona uma dura realidade. O mundo era muito mais dependente da China do que imaginávamos. Os seguidos lockdowns e seus impactos na cadeia de produção, nos mostraram que diversos produtos de saúde e tecnologia tinham sua produção concentrada no país. Atualmente, vemos os efeitos dessa nova dinâmica mundial nos preços dos ativos de risco e commodities.

Após os primeiros impactos, os líderes mundiais começaram a tomar atitudes com relação a essa dependência. O presidente dos EUA, por exemplo, publicou em seu Instagram oficial um plano de resgate que, além de outras ideias, propõe que o país não deva mais depender tanto da cadeia de produção estrangeira e sim da América. “… instead of relying on foreign supply chains, let´s make it in América”. O recado foi bastante claro.

Os impactos dessas mudanças, além de imprevisíveis, devem demorar para fazer preço no mercado. Não cabe a nós tentar adivinhá-los. O que precisamos analisar é que a nossa economia é bastante dependente da China. Veja, no gráfico abaixo, o comportamento do Ibovespa contra o principal índice chinês:

Ao analisarmos a acentuada queda que tivemos no segundo semestre do ano passado, vemos uma correlação muito grande com a destruição de valor sofrida pelo mercado chinês.

O momento da China é complicado. Desde o ano passado, o país passa por uma forte crise imobiliária. Apesar dos esforços do governo para sustentar o crescimento baseado nessa prática, diversas empresas passam por sérias dificuldades financeiras. Veja abaixo o gráfico da Evergrande, maior incorporadora do país e pivô da crise:

Além da questão imobiliária, o país luta contra uma forte pressão no seu setor de educação e tecnologia. Problemas regulatórios e tentativas de controle de preços não agradaram os investidores. O que no começo do ano era um caso sólido de crescimento, com muitos analistas recomendando “comprar China”, hoje já vemos diversas casas e estudiosos repensando suas posições.

Apesar das expectativas de crescimento continuarem elevadas, as previsões futuras são marginalmente menores do que o passado glorioso. Espera-se que o PIB chinês cresça aproximadamente 4% em 2022 e 2023, um valor muito alto para o mundo, mas muito aquém dos 8% de 2020.

Acompanhar o desenrolar dessa história é crucial para todo investidor brasileiro. Os impactos do crescimento chinês são sentidos no nosso mercado de metais, frigoríficos, agrícola entre outros. A VALE3, por exemplo, tem grande parte da sua volatilidade atribuída às oscilações do minério de ferro, que por sua vez é majoritariamente afetado pelas decisões do governo chinês.

Mesmo acreditando que muitas empresas ligadas à China estão com preços atraentes e são bons ativos para se comprar no momento, recomendamos que essa alocação seja realizada com estruturas de proteção, utilizando derivativos. Existem produtos que oferecem boas participações na alta e contam com proteções de até 100% do capital. As incertezas ligadas a esse cenário são grandes e podem afetar de forma significativa o nosso patrimônio.

Voltando particularmente ao caso de VALE3, o papel está sendo negociado na casa dos R$ 90,00 e suas perspectivas são ótimas. O consenso para o preço alvo é de R$102,10. Utilizando estruturas de derivativos, é possível que o investidor participe de toda alta esperada para o papel, sem correr riscos em caso de qualquer queda. Uma oportunidade interessante para os investidores que desejam uma alocação no setor e não querem todo o risco acionário.

Uma ótima quinta a todos e bons negócios!

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