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Por que investir em ETFs?

Mercado de fundos de índice vem crescendo no Brasil, graças a vantagens como diversificação e taxa reduzida de administração

ETFs

A indústria brasileira de ETFs soma patrimônio de R$ 50 bilhões, com mais de 600 mil investidores | Foto: Getty Images

O mundo financeiro é composto por diferentes estratégias e filosofias de investimento, cada qual com seus pontos fortes e fracos, e que se adequam melhor a determinados perfis e objetivos. Uma das principais tendências da atualidade é apostar na diversificação de papéis e minimização de custos proporcionada pelos fundos de índice, ou ETFs (Exchange Traded Funds). São fundos de investimento constituídos com o objetivo de investir em uma carteira que busca replicar um determinado índice de referência.

A expansão do mercado de ETFs vem ocorrendo há tempos ao redor do mundo, e embarcou no Brasil nos últimos anos. O volume médio diário de ETFs negociado na B3 saltou de cerca de R$ 600 milhões, em 2019, para R$ 1,6 bilhão no ano passado. A indústria brasileira de ETFs conta com patrimônio de R$ 50 bilhões atualmente, com mais de 600 mil investidores.

Saiba mais

São números expressivos e que refletem as características vantajosas desse tipo de produto. Ao adquirir cotas de um ETF referenciado em um índice de ações, por exemplo, o investidor passa a deter indiretamente todas as ações componentes desse índice, com a proporção que cada uma delas apresenta no índice, sem precisar comprar separadamente os papéis de cada empresa.

E diferentemente de um fundo de investimento tradicional, em que é preciso pedir o resgate dos recursos investidos (o que pode levar várias semanas em alguns casos), as cotas dos ETFs são compradas e vendidas com agilidade no mercado secundário. Entenda a seguir por que os ETFs atraem cada vez mais investidores no país.

Facilidade para investir em ETFs

Na prática, o processo para investir em um ETF  é o mesmo para investir em uma ação. Basta uma conta em uma corretora de valores, e o investidor pode enviar uma ordem de compra, com o valor e a quantidade de cotas de ETFs a serem adquiridas.

Outra facilidade é que o administrador do ETF ajusta a composição do fundo para refletir os rebalanceamentos periódicos do índice subjacente, bem como a distribuição de proventos.

Estratégia de diversificação

Um ETF de renda variável pode ser composto por ações de diversas companhias. Isso permite um investimento diversificado no mercado de ações, evitando os riscos de uma carteira concentrada.

Outro ponto interessante é que há ETFs que permitem exposição a índices temáticos. Ou seja, o investidor pode escolher produtos compostos apenas por empresas de menor porte, ou até mesmo por companhias que se destacam pelas boas práticas de governança e sustentabilidade.

Além disso, o mercado brasileiro passou a contar recentemente com ETFs de diferentes classes de ativos. Alguns oferecem exposição a ativos de renda fixa, enquanto outros estão atrelados a investimentos internacionais. Isso permite uma diversificação não apenas da carteira de ações, mas do portfólio de investimentos como um todo.

É importante lembrar que muitos dos ETFs de renda fixa apresentam volatilidade, já que estão atrelados ao mercado de títulos públicos, que, por sua vez, sofre oscilações de acordo com as mudanças nas taxas de juro.

Outro ponto é que, no caso de ETFs com ativos internacionais, é preciso entender se há exposição cambial ou não. Se houver, a variação da moeda irá influenciar a rentabilidade do produto.

Eficiência

O processo de negociação de um ETF é o mesmo de uma ação, mas uma diferença importante é que os fundos de índice cobram taxa de administração. No entanto, essas taxas costumam ser muito mais baixas do que o praticado em fundos tradicionais, sobretudo no caso do mercado de ações.

Enquanto um fundo de ações geralmente cobra taxa de administração em torno de 2% ao ano, um ETF de ações pode trazer uma taxa abaixo de 0,5% ao ano, gerando uma economia de custos.

Essa diferença se explica pela diferença de objetivos entre esses dois produtos. Um fundo de gestão ativa busca superar determinado índice de referência, enquanto os ETFs são considerados produtos de gestão passiva, apenas mantendo a rentabilidade próxima ao índice de referência.

Nesse sentido, a gestão ativa exige uma equipe que analise e opere visando maximizar o retorno, tomando riscos adequados, um trabalho que é remunerado pelas taxas de administração e que não existe na gestão passiva.

Ainda sobre os custos, é bom lembrar que, assim como na compra de ações, na negociação de ETFs é preciso pagar uma taxa de corretagem, cobrada tanto na hora da aquisição quanto na venda. Também são cobradas pequenas taxas da própria B3.

No que diz respeito ao Imposto de Renda, nos ETFs de renda variável incidirá 15% sobre rentabilidade, enquanto nos de renda fixa o percentual depende do prazo dos títulos da carteira, variando entre 15% e 22,5%.

Acessibilidade

O investimento mínimo em ETFs é bastante baixo. Os principais ligados ao Ibovespa podem ser comprados por menos de R$ 200. Isso é uma grande vantagem principalmente para quem está iniciando a sua jornada no mundo dos investimentos, permitindo uma baixa exposição da carteira a produtos de alta volatilidade.

Para quem está alocando uma carteira de R$ 10 mil, por exemplo, o ingresso em um fundo de ações com aplicação mínima de R$ 5 mil representaria uma exposição de pelo menos 50% ao mercado acionário. Já uma aquisição de R$ 500 em ETF de renda variável significaria uma exposição de 5%, o que poderia ser bem mais adequado, a depender do perfil de risco e objetivo do investidor.

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