Por que os vinhos portugueses estão entre os melhores do mundo

Os melhores vinhos portugueses estão entre os melhores vinhos do mundo. Não por acaso: a plantação de videiras e a produção da bebida datam de antes da fundação do país, que até outubro vive a turística época da colheita das uvas e acaba de reabrir as fronteiras para o Brasil.

Portugal tem uma das maiores diversidades geográficas de terroirs (solos que definem paladar e aroma da bebida). Esse é o motivo de produzir com exclusividade algumas uvas, como a Touriga Nacional.

O centro produtor mais importante de Portugal é o Vale do Douro. Ele reúne as denominações de origem mais famosas do país ibérico em torno do rio que nasce na Espanha e deságua no Atlântico.

O Douro é rota obrigatória do enoturismo na Europa e tem hotéis de luxo dedicados a apreciadores de vinhos. Alguns deles recebem os hóspedes dentro das vinícolas produtoras e permitem o contato com todas as etapas do preparo da bebida milenar.

O Douro começou com a produção do Vinho do Porto. A bebida licorosa fazia sucesso e tinha demanda tão grande da Inglaterra que os portugueses anteciparam algumas técnicas de aceleração do produto, que, por isso, teve uma queda de qualidade nunca repetida depois.

Em 10 de setembro de 1756, com a colheita em curso, o Marquês de Pombal delimitou o Douro para poder limitar as plantações e controlar a qualidade do produto que, a essa altura, Portugal já vendia para muitos países europeus e também para as colônias. Nascia assim a primeira demarcação de terras de origem que se tem notícia na história do vinho.

Hoje, são reconhecidas e protegidas, em território português, 33 denominações de origem. As mais conhecidas são Madeira, Moscatel de Setúbal, Carcavelos, Dão, Colares, Vinho Verde e o Vinho do Porto, que até hoje é restrito ao Douro.

O Quinta De La Rosa é um dos hotéis localizados no meio da plantação de videira de um dos 11 vinhedos da vinícola de mesmo nome, em Sabrosa. Tem vista para o rio e o vale e segue todos os protocolos de segurança na reabertura, recebendo um número reduzidos de hóspedes por vez na antiga construção inglesa. É o mais elogiado pela gastronomia da região.

Produtora de garrafas premiadas, oferece degustações acompanhadas por especialistas durante a estadia.

A bebida é mistura de Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional, Sousão e mistura de castas provenientes de Vinhas Velhas, passa 12 meses em barrica de carvalho francês e pode ser encontrado no Brasil.

A Quinta da Pacheca, em Lamego, oferece hospedagem divertida em aposentos com o mesmo formato e material usado nas barricas que guardam o produto da vinícola.

Um dos pacotes oferece a participação na colheita e na chamada pisa nas uvas, que a produtora mantém feita com pés descalços desde que iniciou o cultivo. O dia de trabalho é encerrado com uma degustação das melhores garrafas das colheitas mais recentes.

Entenda os rótulos dos vinhos portugueses

– Marca

– Denominação de origem (Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada – VQPRD):

• DOC ou DOP – No mais alto nível da hierarquia dos vinhos europeus, Portugal tem 31 DOC (Denominação de Origem Controlada) / DOP (Denominação de Origem Protegida). Cada uma dessas regiões tem delimitações geográficas estritamente definidas. Todos os vinhos têm de ser submetidos à aprovação oficial.
• Vinho Regional ou IG ou IGP – Os vinhos provenientes de uma “Indicação Geográfica” ou “Indicação Geográfica Protegida” são conhecidos como vinhos regionais e possuem normas menos rigorosas que proporcionam aos produtores maior liberdade.
• Vinho de mesa – São os vinhos mais simples de Portugal, não estando sujeitos a nenhuma das normas estipuladas para a qualidade dos vinhos regionais.

– Designação do produto

• Vinho
• Vinho licoroso
• Vinho frisante
• Vinho frisante gaseificado
• Mostos de uvas parcialmente fermentado
• Vinho proveniente de uvas passa
• Vinho de uvas sobreamadurecidas

– Indicação de proveniência – Vinho de Portugal, Produzido em Portugal

– Referência ao engarrafador

– Volume (líquido na garrafa em l, cl ou ml)

– Graduação alcoólica

– Referência ao lote

– Indicação de alergênicos