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Prévia de fevereiro mostra desaceleração da inflação anualizada

Inflação acumulada em 12 meses cai de 5,87% para 5,63% no IPCA-15 divulgado pelo IBGE, que foi pressionado pelo item Educação

Supermercado

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês de fevereiro, informou o IBGE | Foto: Getty Images

A prévia da inflação de fevereiro apresentou alta de 0,76%, após o índice de 0,55% registrado em janeiro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado hoje pelo IBGE, aponta que a maior variação e o maior impacto vieram de Educação, com 6,41% e 0,36 pontos porcentuais, respectivamente. Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 5,63%, abaixo dos 5,87% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2022, o IPCA-15 foi de 0,99%.

Com exceção de Vestuário, cujos preços recuaram 0,05% depois da alta de 0,42% em janeiro, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês de fevereiro. O destaque foi Educação, que mostrou a maior variação e o maior impacto no índice. Os grupos Habitação (0,63% e 0,10 p.p.), com uma aceleração em relação ao mês anterior (0,17%), e Alimentação e bebidas (0,39% e 0,08 p.p.) apareceram em seguida. Os demais ficaram entre o 0,08% de Transportes e o 0,78% de Comunicação.

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No grupo Educação (6,41%), a maior contribuição veio dos cursos regulares (7,64%), por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. As maiores variações vieram do ensino médio (10,29%), do ensino fundamental (10,04%), da pré-escola (9,58%) e da creche (7,28%). Ensino superior (5,33%), curso técnico (4,50%) e pós-graduação (3,47%) também registraram altas.

O grupo Habitação (0,63%) acelerou em relação a janeiro (0,17%), influenciado pelas altas em aluguel residencial (0,89%) e condomínio (0,62%). A taxa de água e esgoto (1,32%) também registrou alta em fevereiro, consequência dos reajustes aplicados em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Salvador.

O resultado do subitem gás encanado (1,50%) decorre das altas de 4,22% no Rio de Janeiro, onde houve aumento de 9,00% no dia 1º de janeiro e, posteriormente, redução de 2,86% a partir de 1º de fevereiro, e de 4,60% em Curitiba, onde houve aumento de 13,34% em função do reajuste nas tarifas e da mudança na forma de cobrança, a partir de 1º de fevereiro. Em São Paulo (-0,71%), a redução de 0,71% a partir de 1º de janeiro não havia sido incorporada no IPCA-15 de janeiro e foi apropriada integralmente no IPCA-15 de fevereiro.

Ainda em Habitação, a energia elétrica subiu 0,35%, após queda de 0,16% no mês anterior. Os resultados das áreas foram desde -3,44% em Brasília até 5,99% em Salvador, onde o ICMS retornou ao patamar de 27% a partir de 1º de janeiro.

Alimentação mostra pressão menor no IPCA-15 de fevereiro

A variação de Alimentação e bebidas (0,39%) ficou abaixo da registrada em janeiro (0,55%). Os preços dos alimentos para consumo no domicílio subiram 0,38%, influenciados pelas altas da cenoura (24,25%), das hortaliças e verduras (8,71%), do leite longa vida (3,63%), do arroz (2,75%) e das frutas (2,33%). No lado das quedas, destaca-se a redução nos preços da cebola (-19,11%), do tomate (-4,56%), do frango em pedaços (-1,98%) e das carnes (-0,87%). A alimentação fora do domicílio (0,40%) ficou com resultado próximo ao do mês anterior (0,39%). O lanche teve alta de 0,78% e, a refeição, de 0,16%.

Em Transportes, houve uma desaceleração de janeiro (0,17%) para fevereiro (0,08%). A principal razão foi a queda de 9,45% nos preços das passagens aéreas. Todos os combustíveis (-0,28%) registraram queda de preço em fevereiro: etanol (-1,65%), gás veicular (-1,59%), óleo diesel (-0,59%) e gasolina (-0,04%). Destaque também para a alta do subitem emplacamento e licença (1,62%), que incorporou a fração mensal referente ao IPVA de 2023.

Ainda em Transportes, a alta de 0,99% nos ônibus urbanos ocorreu devido ao aumento de 6,17% nas passagens do Rio de Janeiro (4,88%), vigente desde 7 de janeiro. A alta de 1,34% no subitem trem também reflete um reajuste ocorrido na região metropolitana do Rio de Janeiro (3,40%): as tarifas para a população em geral foram reajustadas em 48% a partir de 9 de fevereiro. Cabe mencionar ainda a variação de 2,11% dos táxis, em função dos reajustes de 16,74% em Salvador (8,28%), em vigor desde 30 de dezembro, e de 8,88% no Rio de Janeiro (5,15%), a partir de 1º de janeiro.

O grupo Comunicação (0,78%) teve seu resultado influenciado pelas altas de tv por assinatura (2,50%), combo de telefonia, internet e tv por assinatura (1,35%) e acesso à internet (0,66%).

Em relação aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em fevereiro. A maior variação foi registrada em Salvador (1,19%), influenciada pelas altas dos cursos regulares (7,84%), da energia elétrica (5,99%) e da gasolina (5,16%). O menor resultado, por sua vez, ocorreu em Goiânia (0,41%), onde pesaram as quedas de 3,07% da gasolina e de 2,49% da energia elétrica.

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