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Primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, renuncia ao cargo, mas presidente não aceita

Premiê, que perdeu apoio em coalizão, entregará o posto ao presidente Sergio Mattarella, 17 meses após assumir um governo de união

Mario Draghi, de terno preto e gravata roxa, sorrindo de boca fechada e bandeira da União Europeia em segundo plano

Se a crise envolvendo a renúncia de Mario Draghi não puder ser resolvida rapidamente, Mattarella pode dissolver o Parlamento, preparando o terreno para uma eleição já em setembro | Foto: Divulgação

O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, informou a seu gabinete que oferecerá a renúncia nesta quinta-feira, 14, após a recusa de um aliado da coalizão governista em apoiar um projeto de lei do governo. “A maior parte da unidade nacional que sustentou este governo desde sua criação não existe mais”, disse Draghi em comunicado divulgado por seu gabinete.

Porém, o presidente Sergio Mattarella não aceitou o pedido de demissão. De acordo com comunicado oficial, Mattarella convidou Draghi a se apresentar no Parlamento para que se estabeleça uma comunicação e seja feita em sua própria sede uma avaliação da “situação determinada na sequência dos resultados da sessão realizada mais cedo no Senado”.

Saiba mais

Se a crise do governo não puder ser resolvida rapidamente, Mattarella pode dissolver o Parlamento, preparando o terreno para uma eleição já em setembro.

A oferta de demissão por Draghi se deu após o partido populista Movimento 5 Estrelas (M5S), que integra a coalizão do governo, boicotar votação de um projeto de lei, depois do premiê ter conseguido voto de confiança no Parlamento. Isso jogou a coalização governista de Draghi em crise.

Na noite da quarta-feira, 13, o ex-premiê Giuseppe Conte anunciou que seu Movimento 5 Estrelas boicotaria a votação sobre estender subsídios à gasolina que vencem em alguns dias.

Na conclusão do debate de ontem, o ministro para Relações Parlamentares, Federico D’Inca, anunciou que o governo estava atrelando essa lei a um voto de confiança sobre o governo.

Caso Draghi perdesse a votação, seria forçado a renunciar. A entrega do cargo, porém, veio da mesma forma, 17 meses após assumir um governo de união.

Crise entre Draghi e Movimento 5 Estrelas

O Movimento 5 Estrelas era um importante parceiro de coalizão no governo de unidade de Mario Draghi.

No entanto, a liderança do 5 Estrelas vem reclamando há semanas sobre as prioridades do governo, exigindo alívio financeiro mais generoso para famílias e empresas atingidas pelos altos custos de energia e financiamento contínuo de um salário mensal garantido para aqueles que não conseguem encontrar trabalho.

Draghi tentou responder, mas deixou claro esta semana que não agiria com ultimatos.

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