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Produção de veículos no Brasil é a menor dos últimos sete anos

Produção de veículos no Brasil em fevereiro caiu 5,6% em relação a janeiro e 2,9% em comparação com fevereiro do ano passado

Pátio de veículos

Fábricas da Volkswagen e das marcas francesas Peugeot e Citroën continuaram paradas após o feriado de carnaval | Foto: Getty Images

Em meio a sinais de esfriamento do consumo, a indústria automotiva registrou o menor fevereiro em produção dos últimos sete anos. No total, 161,2 mil veículos foram montados no mês passado, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. O volume representa uma queda de 2,9% na comparação com fevereiro do ano passado. Frente a janeiro, por outro lado, houve alta de 5,6%, apesar do calendário mais curto de fevereiro.

Desde 2016, quando foram montados 144,3 mil veículos no mesmo mês, não se registrava produção tão baixa em fevereiro. O balanço foi divulgado nesta segunda-feira, 6, pela Anfavea, a associação que representa as montadoras. Fábricas da Volkswagen e das marcas francesas Peugeot e Citroën continuaram paradas após o feriado de carnaval, enquanto a unidade da General Motors (GM) que produz o Onix deu férias coletivas programadas nas três semanas anteriores ao evento festivo.

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No entanto, embora a paralisação de duas fábricas de automóveis da Volks tenha sido atribuída à falta de peças, o quadro de abastecimento vem, em geral, melhorando. Na conta do volume acumulado no primeiro bimestre, a produção ainda mostra ligeira alta de 0,8%, com 313,8 mil veículos montados entre janeiro e fevereiro.

Apesar disso, a desaceleração da demanda, não só no Brasil, mas também em mercados atendidos no exterior, colocou mais um freio no setor. As vendas de fevereiro foram as mais baixas para o mês em 17 anos.

Com 129,9 mil unidades licenciadas, o mês terminou marcando queda de 1,8% na comparação com fevereiro de 2022, que já tinha sido fraco em razão das maiores restrições de oferta de um ano atrás. Contra janeiro, mês com quatro dias a mais de venda, o recuo foi de 9%.

O balanço da Anfavea indica queda de 17,2% das exportações, no comparativo de fevereiro com igual mês do ano passado. Os embarques, de 34,3 mil veículos no mês passado, subiram 3,8% contra janeiro, o que não evitou, contudo, a queda de 2,6% no acumulado do primeiro bimestre, quando 67,4 mil veículos foram exportados.

O levantamento da Anfavea mostra que 99 vagas de trabalho foram abertas em fevereiro nas montadoras, que agora empregam 102,2 mil pessoas.

Apesar da queda na produção de veículos, Anfavea

A Anfavea informou que não reivindica novos incentivos do governo, apesar da queda na produção. O presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, informou que a interlocução com o governo tem como interesse, neste momento, a definição da segunda fase do regime automotivo, o Rota 2030.

As regras da nova etapa do programa, que regulamenta o mercado e define as condições aos investimentos no desenvolvimento dos automóveis, serão decisivas no ciclo de investimentos que está em discussão na indústria.

O tema esteve em pauta na reunião da Anfavea com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, na segunda-feira da semana passada.

A segunda fase da política automotiva, relatou o presidente da Anfavea, deve ter viés ambiental, abarcando as tecnologias que vão contribuir para a descarbonização da mobilidade. Assim, a eletrificação dos carros, o que inclui tecnologias híbridas, que combinam um motor elétrico com outro convencional movido a gasolina ou etanol, faz parte do estudo. “Mas nada especifico em termos de incentivo para a tecnologia”, afirmou o presidente da Anfavea. (AE)

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