Veleiros percorrem 800 quilômetros de rios no BRally Amazon

A cidade de Belém recebe a primeira edição do BRally Amazon, que reúne veleiros de vários estados do Brasil e do exterior. O BRally Amazon vai seguir até Alter do Chão em sua primeira edição.

O Rally Amazon foi criado como “uma aventura de descoberta da Floresta Amazônica, percorrendo o Rio Amazonas por cerca de 500 milhas, o equivalente a 804 quilômetros, ao longo de 20 dias, desde o Delta, até o coração da Amazônia, descobrindo os segredos do rio, da floresta e do seu povo”.

A navegação só ocorrerá durante o dia e os pernoites serão realizados em pontos preparados para receber os velejadores com atividades, comidas, danças e outras atividades.

Velejadores estrangeiros temem pirataria, diz idealizador do Rally Amazon

O idealizador do BRally, o comandante Silvio Ramos, dovveleiro Matajusi, contou em entrevista ao site Minuto Náutico que ao retornar de sua viagem de volta ao mundo, em 2012, surgiu a vontade de trazer velejadores estrangeiros para o Brasil.

Estranhando a escassez de visitantes ao país, a despeito do vasto litoral e incontáveis belezas naturais, Silvio foi pesquisar a razão disso. Os dois principais motivos para a baixa popularidade das águas brasileiras junto aos navegadores internacionais foram a pirataria — que ganhou fama com a repercussão do assassinato do lendário velejador neozelandês Peter Blake na Amazônia, além de outros casos — e a dificuldade com o idioma.

“Imagine um estrangeiro desembarcando, pegando um táxi e, sem falar uma palavra de português, tentando ir à Capitania, à Receita e à Polícia Federal, para obter documentos, seguir prazos…”, comenta Silvio.

A ideia do BRallly Amazon é incluir o Brasil na rota dos circum-navegadores, criando eventos na costa brasileira.

O BRally Amazon será um evento exclusivo para dez a trinta barcos, assistidos por segurança privada, mecânico, equipe médica e logística. A aventura começou no dia 27 de outubro na Foz do Amazonas, na Ilha do Marajó, no Pará. De lá os barcos seguiram para Belém, de onde vão navegar pelo Golfo do Marajó até o Estreito de Breves, um complexo sistema de canais onde se encontra boa parte das cerca de 2.500 ilhas que formam o Arquipélago do Marajó. Neste trecho, estão previstas visitas aos moradores ribeirinhos.

O rali continua em direção a Gurupá, depois Almeirim, Prainha e Monte Alegre, local conhecido por suas cavernas e pinturas rupestres pré-históricas, com cerca de 11.200 anos. O final é em Alter do Chão, em Santarém, às margens do Rio Tapajós, região considerada “O Caribe da Amazônia”.