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Renner investe R$ 1,2 bi em centro de distribuição no interior de São Paulo

Localizado na cidade de Cabreúva, espaço tem o objetivo de acelerar o negócio online da varejista de moda até 2035

Imagem de baixo para cima de armazém, alusivo ao novo centro de distribuição da Renner

Do total investido no centro de distribuição, R$ 750 milhões são de recursos próprios da Renner | Foto: Getty Images

A Lojas Renner (LREN3) finalizou a construção de um novo centro de distribuição na cidade paulista de Cabreúva, com investimento de R$ 1,2 bilhão.

Planejado para entrar em operação em 2022, o local tem o objetivo de acelerar o negócio online da varejista de moda, especialmente do marketplace.

Segundo Fabio Faccio, presidente da Renner, o novo espaço suportará o crescimento da companhia até 2035.

Do total investido, R$ 750 milhões são de recursos próprios da empresa. Outros R$ 520 milhões vieram de aporte da Kinea Investimentos, gestora de fundos do Itaú.

“A expectativa é impulsionar as vendas online. O novo CD foi projetado alinhado à nossa estratégia omnichannel (venda por diversos canais) e, por isso, já conta com a tecnologia mais atual para otimizar tanto o abastecimento das lojas quanto a entrega na casa dos clientes”, diz Faccio.

As vendas por canais digitais da Renner somaram R$ 414,5 milhões no segundo trimestre deste ano, crescimento de 66,5% em relação ao mesmo período de 2020.

Segundo Pedro Pereira, diretor de suprimentos da Renner, operação de Cabreúva pode ser um dos motores de crescimento do marketplace da empresa, que ainda é tímida.

Em projeto piloto, a varejista terminou o segundo trimestre com 50 vendedores, enquanto a Camicado tem cerca de 120 parceiros. Como comparação, a rival C&A possui 440 parceiros.

Renner aposta na tecnologia

Do total investido no novo centro de distribuição da Renner, R$ 453 milhões serão aportados em tecnologia.

O principal deles será a aquisição de 312 robôs para cuidar do armazenamento de caixas e roupas.

Segundo Pereira, isso vai permitir reconfigurações em processos em momentos de pico de venda, como a Black Friday.

Isso será fundamental, segundo os executivos, para criar um sistema eficiente para começar a receber itens de terceiros.

Hoje, a Renner não auxilia a logística dos vendedores, ao contrário do que Mercado Livre e Magazine Luiza fazem há anos.

Com o novo espaço, a companhia quer fornecer em breve aos seus parceiros a possibilidade de realizar entregas em até dois dias.

Atualmente, 60% das vendas da companhia são enviadas nesse prazo.

Expectativas sobre aquisições

Em abril, a Renner fez uma oferta de ações e arrecadou R$ 4 bilhões.

Esperava-se que a varejista fizesse um movimento de aquisição de alguma rival no segmento digital.

Entre as apostas do mercado estavam Dafiti, Westwing e Amaro. Porém, até o momento, não houve movimento nesse sentido.

“Está faltando uma aquisição para mudar a empresa de patamar no digital. O mercado sempre gostou desse estilo mais cuidadoso da Renner, mas acredito que o comércio eletrônico pede mais dinamismo”, diz Angelica Marufuji, da sócia e analista Meraki Capital.

Em 2021, os papéis da varejista, que foi uma das queridinhas do mercado até pouco tempo atrás, acumulam baixa de 20%.

Em relação ao período pré-pandemia, a queda quase dobra.

Para reverter esse quadro, a empresa quer se mostrar mais ágil. Uma das metas, segundo Pereira, é reduzir à metade o tempo necessário para abastecimento das lojas pelo País graças ao novo centro.

Assim, a distribuição feita a partir de Santa Catarina ficará mais livre para, por exemplo, ajudar na ainda pequena expansão da rede varejista no Uruguai e na Argentina. (AE)

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