Reorganização societária da Cesp reduz percepção de risco de crédito

No início do mês, o conselho administrativo da CESP aprovou a troca de ações que acarretará sua completa incorporação pela VTRM, uma joint venture formada pela Votorantim Energia e pelo fundo de pensão canadense CPP Investments.

Até o momento, a VTRM detém 40% da CESP. A operação deverá ser concluída nos próximos meses e, uma vez concluída a troca, as ações da CESP deixarão de ser negociadas em bolsa, dando lugar a nova VTRM, cujas ações serão negociadas no Novo Mercado da B3.

A nova VTRM irá controlar todos os ativos da Votorantim Energia, mais os ativos que já possuía, e deterá o controle da CESP. O CPP Investments contribuirá com R$1,5 bilhão, de modo a manter sua participação na nova VTRM.

Nasce, assim, um dos maiores grupos geradores de energia renovável no país, com 31 parques eólicos e 9 hidrelétricas, além de se destacar na comercialização de energia.

De acordo com estimativas pro-forma (dados 2020), a alavancagem da nova VTRM será de 0,7x e EBITDA de R$1,4 bilhão.

VTRM mitiga risco de crédito da CESP

Nossa visão. Do ponto de vista do crédito, a reorganização societária é positiva para os debenturistas da CESP, dado que a percepção de risco será mitigada com a nova VTRM.

Além de se tornar o garantidor da dívida da CESP, a nova VTRM conta com os seguintes fatores a seu favor:

• Baixa alavancagem
• Ativos de geração diversificado, ao contrário da CESP que detém apenas hidrelétricas
• Capacidade de expansão no segmento de geração renovável, algo que já está ocorrendo através dos projetos solares.