Resultados corporativos voltam a ditar a dinâmica dos mercados e trazer volatilidade

Os principais bancos centrais do mundo pressionados pela inflação, uma imensa volatilidade nas ações à espera dos resultados corporativos e a volta da China após seu ano novo lunar são fatores que mostram que a semana será bastante movimentada. Uma estatística interessante mostra claramente o ambiente que estamos vivendo: enquanto o Facebook foi esmagado pelo mercado e perdeu US$230 em valor de mercado, a Amazon acrescentou US$ 191 em um único dia. Dois recordes computados em magnitudes parecidas, mas em direções opostas.

Analisando os recentes acontecimentos, algumas coisas nos chamam a atenção:

• Bancos centrais parecem acelerar o ritmo de aperto monetário: Sinalizações da Europa mostram uma preocupação maior com a inflação.

• Os dados referentes a Omicron são confusos e dificultam uma análise sobre o crescimento global e o caminhar da inflação.

• Após muito tempo, os resultados corporativos são o grande driver dos movimentos das ações. (Vide Meta e Amazon citados acima)

Apesar de o Safra esperar uma semana importante, os mercados internacionais começam de lado, mostrando certa aversão a risco e cautela com relação aos próximos acontecimentos mundiais.

Do lado econômico temos diversos resultados corporativos e números que podem nos ajudar a balizar os juros e inflação. Do lado político, as coisas esquentaram após a Casa Branca soltar um alerta ao mundo sobre o aumento da tensão na Europa e a iminência de uma invasão Russa na Ucrânia.

No Brasil vemos a volta da preocupação fiscal, após o governo voltar a comentar sobre a PEC dos combustíveis que propõe desonerações sobre energia, diesel e gás e pode gerar um rombo de aproximadamente R$100bi. Apesar de não sabermos o desenrolar dessa história, o sinal amarelo foi ligado. R$100 bilhões é bastante dinheiro.

Vale a pena ficar atento a ata do COPOM e IPCA na semana que podem nos ajudar a balizar a taxa de juros e inflação aqui no Brasil.

Falando de trading, o Safra continua com o call de fugir de empresas ligadas à curva de juros e com fluxo de caixa no futuro (high growth) e buscar entradas em papéis com receitas no presente, ligados ao dólar e/ou commodities.

Uma ótima semana e bons negócios!