Safra revisa Eletrobras após queda de presidente

No dia 24 de fevereiro, Wilson Ferreira Jr. renunciou ao cargo de presidente da Eletrobras, deixando a empresa após quase cinco anos de um bem-sucedido processo de recuperação financeira. De acordo com comunicado da estatal, o executivo manterá suas funções no conselho de administração.

A percepção de que o projeto de privatização não estava alcançando força suficiente foi apontada como o principal motivo da renúncia. Ferreira Jr. deixou claro que permaneceria no comando da Eletrobras até a conclusão da privatização, mas decidiu sair assim que as perspectivas se tornaram incertas.

Diante das incertezas sobre a privatização da Eletrobras, o Banco Safra rebaixou as ações ELET3 para neutro. Após a renúncia de Ferreira Jr., o banco considerou rebaixou a probabilidade de privatização para 20%, mantendo as estimativas de lucro inalteradas.

Apesar do potencial de alta para as ações da estatal, o banco espera que o mercado precifique riscos de perdas de eficiência com a saída do executivo.

Entre os destaques da gestão Ferreira Jr. estão a venda de sete distribuidoras deficitárias; melhorias operacionais, como a implementação de SAP, ZBB, bem como de diversos programas de desligamento; e redução da alavancagem, atingindo 1,9x Dívida Líquida/EBITDA (a partir do 3T20).

Em teleconferência, Ferreira Jr. destacou que a Eletrobras ainda tem vários desafios a serem superados, e o processo de privatização é fundamental para solucionar muitos deles, como o restabelecimento dos contratos de geração em regime de cotas e a conclusão da usina nuclear de Angra III.

Pontos positivos

1. Nova gerência espera entregar resultados sólidos;
2. Privatização pode aumentar o valutaion da empresa;
3. Compensação de ativos de transmissão aumenta o fluxo de caixa.

Riscos

1. O cronograma da aprovação do projeto é o principal ponto a ser acompanhado.

Sobre a Eletrobrás

A empresa Centrais Elétricas Brasileiras S.A (Eletrobras), constituída  sob a forma de sociedade por ações de capital misto, tem como atribuição a promoção de estudos, projetos de construção e operação de usinas de geração, linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica, bem como a celebração dos atos de comércio decorrentes dessas atividades, como a comercialização de energia elétrica, fazendo com que a Eletrobras a contribua decisivamente para a expansão da oferta de energia elétrica e o desenvolvimento do país.

A companhia é responsável pela administração de programas de governo voltados para o desenvolvimento do setor elétrico, como o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (“Procel”), o Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica (“Luz para Todos”) e o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (“Proinfa”).