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PIB melhor que o esperado eleva projeções para 2023

Desaceleração menor que esperada da economia brasileira no terceiro trimestre já motiva elevação das projeções para o resultado do PIB de 2023

IBGE terceiro trimestre

Os resultados do PIB e das revisões divulgadas hoje pelo IBGE elevam mecanicamente a projeção para 2023 | Foto: Getty Images

Com surpresa positiva na atividade econômica do terceiro trimestre, algumas instituições financeiras e analistas já fazem revisões sobre os resultados do PIB de 2023. A G5 Partners, maior empresa independente de serviços financeiros do Brasil, revisou a projeção do PIB de 2023 de 2,8% para 3%, com expectativa de crescimento de 0,1% no quarto trimestre do ano ante os três meses anteriores, na série com ajuste sazonal. A projeção de crescimento para 2024 foi mantida em 1,9%.

O PIB do terceiro trimestre cresceu 0,1% em relação aos três meses anteriores, na série com ajuste sazonal, segundo divulgação desta manhã do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima da mediana das 71 projeções coletadas pelo Valor Data, que indicava queda de 0,2%. Segundo boletim divulgado esta manhã, a gestora G% Partners avalia que a surpresa no terceiro trimestre veio principalmente em ‘serviços’, mas mostra uma economia em desaceleração, dada a falta de impulso da agropecuária.

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“A despeito dessa atividade continuar sendo grande destaque no PIB de 2023, percebemos também uma resiliência no consumo das famílias (que cresceu na margem em todos os trimestres do ano), favorecido pela melhora do mercado de trabalho, pela recomposição real dos salários e pelas medidas de sustentação de renda tomadas pelo governo ao longo do ano”, diz a nota, dando como exemplos novo Bolsa Família, reajuste da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física e , reajuste salarial real dos servidores públicos.

A gestora destaca que mantém expectativa de que o resultado para o PIB do quarto trimestre será positivo e que poderá ser favorecido pelo programa Desenrola de renegociação de dívidas, pelas festas de final de ano, pelos grandes festivais de música que ocorreram em novembro e pelo pagamento do 13º salário.

Tendências Consultoria espera contração no quarto trimestre

O ritmo de expansão do setor de serviços mostrou desaceleração na passagem do segundo para o terceiro trimestre, mas ainda assim veio mais forte que o esperado, nota o economista da Tendências Consultoria, Thiago Xavier. Embora a surpresa altista tenha sido disseminada entre setores, ele destaca dois: os serviços de intermediação financeira e atividades imobiliárias.

Os resultados do PIB e das revisões divulgadas hoje pelo IBGE elevam mecanicamente a projeção para 2023, mas a Tendências ainda vê contração no quarto trimestre. “Não apenas pelos juros ainda altos, desaceleração do crescimento da renda e das transferências, mas também pela trajetória da inflação”, diz. Xavier lembra que o IPCA em 12 meses saiu da casa de 12% em junho de 2022 para 3% em junho de 2023, o que traz um impulso para a renda e o consumo das famílias.

Com um panorama menos favorável para o consumo e sem impulso da agricultura e do setor, externo, a Tendências vê o PIB cair 0,4% no último trimestre, na comparação trimestral dessazonalizada.

Capital Economics projeta crescimento mais moderado

O forte crescimento da economia brasileira visto no primeiro semestre do ano chegou ao fim, afirma William Jackson, economista-chefe da Capital Economics para mercados emergentes. Em relatório enviado a clientes, Jackson afirmou que o Brasil entra agora em um período de crescimento mais moderado.

“A economia do Brasil teve um desempenho melhor do que o esperado no terceiro trimestre, expandindo 0,1%, na variação trimestral, mas o panorama geral é que o forte crescimento observado no primeiro semestre do ano chegou ao fim”, escreveu.

O economista observou que os gastos dos consumidores continuaram a crescer a um ritmo sólido, assim como as exportações. “As famílias continuam a se beneficiar da inflação mais baixa e da recente melhoria no mercado de trabalho”, afirmou. Ele ressaltou, contudo, que esse dinamismo foi parcialmente compensado por um declínio no investimento.

Jackson disse que a agricultura “foi um obstáculo ao crescimento no terceiro trimestre”, uma vez que supersafra foi parcialmente revertida, e lembrou que indústria e serviços cresceram a um ritmo mais fraco do que no segundo trimestre.

“É difícil prever o que acontecerá no quarto trimestre, dada a volatilidade da produção no sector agrícola. Mas acreditamos que a economia está entrando em uma fase de crescimento mais fraco”, escreveu Jackson. “Os riscos para a nossa previsão de crescimento para 2024 de 0,8% são agora altistas. Acreditamos que o crescimento se estabilizará a taxas mais semelhantes às registadas nos anos anteriores à pandemia, de entre 1% a 1,5%.”

A economia brasileira como um todo e seus principais componentes operavam, no terceiro trimestre de 2023, acima do patamar observado no quarto trimestre de 2019, último antes de qualquer efeito da pandemia na atividade econômica do país, mostram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O patamar do Produto Interno Bruto (PIB) está 7,2% acima daquele do fim de 2019. Pela ótica da oferta, a melhor situação é a da agropecuária, que está 15% acima daquele nível, seguida por serviços (8%) e indústria (4,8%).

Pela ótica da demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida de investimento no PIB) se encontra 8,9% acima daquele nível, enquanto o consumo das famílias opera em patamar 5,8% superior ao daquele momento, e o consumo do governo, 4,7% acima. No setor externo, as exportações estão 19,4% acima daquele nível e as importações, 3,1%.

Já entre os 12 subsetores da economia, o da indústria de transformação é o único a não recuperar o patamar do pré-pandemia e opera em nível 2,4% inferior ao daquele momento.

PIB acelerado no terceiro trimestre melhora resultado de 2023

A economia brasileira como um todo e seus principais componentes operavam, no terceiro trimestre de 2023, acima do patamar observado no quarto trimestre de 2019, último antes de qualquer efeito da pandemia na atividade econômica do país, mostram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O patamar do Produto Interno Bruto (PIB) está 7,2% acima daquele do fim de 2019. Pela ótica da oferta, a melhor situação é a da agropecuária, que está 15% acima daquele nível, seguida por serviços (8%) e indústria (4,8%).

Pela ótica da demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida de investimento no PIB) se encontra 8,9% acima daquele nível, enquanto o consumo das famílias opera em patamar 5,8% superior ao daquele momento, e o consumo do governo, 4,7% acima. No setor externo, as exportações estão 19,4% acima daquele nível e as importações, 3,1%.

Já entre os 12 subsetores da economia, o da indústria de transformação é o único a não recuperar o patamar do pré-pandemia e opera em nível 2,4% inferior ao daquele momento. (Valor Econômico)

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