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Chinesa Shein quer vender produtos nacionais e vai investir R$ 750 milhões no Brasil

Empresa chinesa anuncia a criação de 100 mil empregos diretos e indiretos no Brasil nos próximos três anos, após ameaça de taxação de importados

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A empresa chinesa vai fazer parcerias com dois mil fabricantes nacionais para nacionalizar parte da produção | Foto: Getty Images

A marca de e-commerce chinês Shein divulgou nesta quinta-feira, 20, que fará investimentos de cerca de R$ 750 milhões no setor têxtil brasileiro para gerar até 100 mil empregos diretos e indiretos no País nos próximos três anos. O anúncio ocorre em meio às discussões sobre sonegação de impostos nas compras em sites estrangeiros que exportam para o Brasil. Conforme divulgado pela companhia, o negócio pretende estabelecer uma parceria com dois mil fabricantes nacionais para nacionalizar parte da sua produção que é comercializada no País.

A Shein ainda afirmou que passará a hospedar vendedores locais em sua plataforma, transformando o site em um marktplace no País, algo que vinha, segundo a empresa, sendo testado desde 2022 no País. No Brasil, esse modelo de negócio já é utilizado pelos concorrentes nacionais e estrangeiros como AliExpress, Shopee, Mercado Livre e Magalu. “O Brasil é um mercado importante para nós, e estamos comprometidos em continuar a apoiar o crescimento econômico e o sucesso da Shein por todo o País”, afirmou Felipe Feistler, diretor da empresa no País, em comunicado.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a e-commerce chinesa Shein pretende nacionalizar 85% de suas vendas em quatro anos, com produtos feitos no Brasil. O ministro recebeu a empresa no período da manhã, antes do anúncio.

“Eles próprios vão dar seus números de investimento e de geração de oportunidade no mercado brasileiro. Uma coisa para nós muito importante também é que vejam o Brasil não só apenas como mercado consumidor, mas como uma economia de produção”, afirmou o ministro.

A reunião com a Shein teve o acompanhamento do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, que intermediou o entendimento com a empresa, segundo Haddad. “Em virtude do anúncio de geração de empregos no Brasil, fez questão de acompanhá-los, inclusive para testemunhar o compromisso firmado. Recebi uma carta formal com esses compromissos, uma apresentação dos propósitos da empresa no Brasil”, afirmou Haddad.

Shein adere a plano de conformidade da Receita Federal

A Shein aderiu ao plano de conformidade da Receita Federal, de acordo com Haddad. “Estão dispostos a fazer aquilo que for necessário para normalizar as relações com o Ministério da Fazenda”, afirmou o ministro. “Segundo eles, se a regra valer para todo mundo, absorverão os custos dessa conformidade.”

Haddad salientou que quis se reunir com a Shein antes da reunião com os representantes do varejo, como do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), prevista para o começo da tarde na capital paulista.

“Até para levar ao IDV algum resultado dessa negociação preliminar, para tranquilizar os empregadores brasileiros de que vão ter condição de se manter e continuar gerando empregos, tudo na direção correta, de buscar ambiente de negócios que seja igual para todo mundo, que ninguém leve vantagem sobre ninguém”, afirmou Haddad. “Nosso interesse é que haja concorrência, que o consumidor seja o maior beneficiado dessa concorrência”, acrescentou o ministro. (AE)

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