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Sinais do Leste Europeu animam investidores, mas o momento ainda é crítico

A situação global continua extremamente delicada, apesar do alívio momentâneo, e melhor alocação está em empresas de valor, commodities e setor financeiro

Bolsas

Indicadores de sentimento começam a mostrar tendência de recuperação | Foto: Getty Images

As recentes notícias oriundas do Leste Europeu com relação aos conflitos parecem ter animados os investidores, que ao abrirem seus sistemas de negociação nessa manhã, veem, após quatro dias de fortes quedas, as bolsas subindo em seus contratos futuros. A criação do corredor humanitário e a sinalização da Ucrânia dizendo que não entrará na OTAN trouxeram um sentimento de que existe uma solução para a crise geopolítica e, com isso, a Europa sobe de forma vigorosa.

Com menos vigor, mas na mesma direção, as bolsas americanas ensaiam uma recuperação para essa quarta-feira. O sentimento mais pesado que impera desde o começo do ano com relação a economia parece estar mudando aos poucos. Indicadores de sentimento começam a mostrar essa tendência.

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Seguindo a lógica do arrefecimento dos ânimos entre Rússia e Ucrânia e em um processo natural de correção de preços, as commodities operam em queda generalizada. Mesmo o petróleo, que vinha de altas consecutivas, apresenta queda de 2%. Como bem frisou Peter Drucker, árvores não crescem até o céu, e nem o petróleo, pelo visto. Os últimos dez dias viram a mudança mais acentuada nos mercados globais de commodities desde o embargo do petróleo de 1973.

A situação global continua extremamente delicada. Apesar do alívio momentâneo nas bolsas e commodities, as ações precisam ser cautelosas. O mundo ainda está em guerra e os próximos capítulos são imprevisíveis, não vemos nenhuma sinalização de que o movimento de hoje seja uma virada definitiva nos rumos das bolsas.

Tensão no Leste Europeu pressiona preços dos combustíveis no Brasil

Aqui no Brasil, o assunto do momento continua sendo os combustíveis. As altas recentes do petróleo não foram repassadas para a bomba e os preços da gasolina estão muito defasados. Se por um lado existe a necessidade de reajuste, por outro temos uma inflação que já machuca muito os brasileiros. Uma solução precisa ser encontrada, mas o receio de que ela não seja a ideal para os mercados é grande.

Basicamente alguém precisa pagar essa conta. Caso o governo assuma a responsabilidade e crie subsídios temporários, teremos um problema no fiscal. Se a decisão for por um congelamento de preços, mesmo que completamente contra a vontade do Paulo Guedes, a Petrobras sofre muito e a confiança do investidor cairá vertiginosamente. Lembremos que a não interferência política é um pilar importante para sustentar o Ibovespa, mas não vamos esquecer que muitas atitudes já foram tomadas contra a vontade do ministro. Por último, a população pode pagar mais caro para abastecer o carro, mas nenhum político quer ver a gasolina a R$10,00 em um ano eleitoral. Muito importante ficar de olho no desenrolar dessa história, pois ela fará bastante preço na bolsa.

Mantemos nossas recomendações de alocação em empresas de valor e com modelos de negócios já provados. Além das commodities, o setor financeiro continua interessante. O aumento da exposição em commodities não é recomendado para o momento.

Uma ótima quarta a todos e bons negócios!

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