S&P Global reafirma rating “BB-” do Brasil com perspectiva estável
Agência de classificação de risco mantém País no grau especulativo, prevendo consolidação orçamentária lenta até 2024
02/06/2021A agência de classificação de riscos S&P Global reafirmou nesta quarta-feira, 2, o rating (nota) “BB-” do Brasil, com perspectiva ainda estável.
Com isso, o País se encontra no patamar chamado de “grau especulativo”.
Para chegar ao “grau de investimento”, onde estão países desenvolvidos e com economias sólidas, o Brasil precisa elevar a até o rating “BBB-“, que está três níveis acima.
A S&P Global diz que a consolidação orçamentária do País no período 2021-2024 deve ser “lenta”, conforme as pressões por aumento de gastos “seguem elevadas”.
Nesse sentido, a agência prevê que a dívida geral do governo deva subir para cerca de 75% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024.
Há uma semana, a Fitch também divulgou a manutenção do mesmo rating para o País, porém, com perspectiva negativa, citando os “riscos para a consolidação fiscal e a recuperação econômica” para estabilizar a dívida pública.
Perspectiva do rating do Brasil
Para a S&P, exportações fortes, que beneficiam um perfil externo resistente do País, e um quadro de investimento privado mais dinâmico devem impulsionar a retomada econômica brasileira neste ano.
De acordo com a agência, a perspectiva estável reflete a expectativa de uma recuperação em 2021, com “redução gradual” do déficit fiscal.
Esse fator poderia resultar em um ritmo mais lento de acumulação de dívida nos próximos dois anos. Adicionalmente, a S&P pontua o “desempenho externo sólido” do Brasil.
Detalhes sobre a metodologia de rating da agência S&P Global podem ser conferidos pelo site oficial da agência.
Previsão para o PIB
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão da S&P Global é de que o mesmo se recupere para 4% neste ano.
Para o período entre 2022 e 2024, a agência de classificação de risco estima uma média de avanço de 2,2% da atividade do País.
O crescimento do PIB neste ano, na avaliação da agência, será impulsionado também pelos efeitos de base, devido à contração da atividade em 2020, e à posição externa favorável.
No entanto, a S&P pondera que a “natureza duradoura” da pandemia de covid-19 cria uma incerteza “significativa” para o desempenho econômico e fiscal do Brasil no curto prazo. (Com AE)