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Supermercados superam estimativas e crescem 3,1% em 2023

Programas de transferência de renda, queda da inflação e reajuste do salário mínimo ajudaram no crescimento deram impulso aos supermercados, hipermercados e atacarejos

supermercados

No mês de dezembro, a alta no consumo nesses segmentos foi de 10,7% frente ao mesmo mês de 2022 | Foto: Getty Images

O varejo de supermercados, hipermercados e atacarejo cresceu 3,1% em 2023, acima do aumento projetado para o ano de 2,5%, informou nesta manhã a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Para este ano, a entidade manteve a projeção de aumento de 2,5% nas vendas.

Os números da Abras são reportados pelas varejistas para a entidade, logo, são incluídos os desempenhos das lojas de hipermercados, supermercados e atacarejos — segmentos de atuação das empresas associadas à entidade.

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No mês de dezembro, a alta no consumo nesses segmentos foi de 10,7% frente ao mesmo mês de 2022. Na comparação com novembro, a expansão foi de 18% em vendas em dezembro — historicamente, o último mês do ano é mais forte do que novembro pela demanda de produtos natalinos.

“Foi uma demanda em dezembro que cresceu especialmente nas duas últimas semanas do mês”, disse Marcio Milan, vice-presidente da Abras.

Durante as semanas anteriores ao Natal, varejistas ouvidas pelo Valor já identificavam que 2023 seria o Natal de alto consumo nos alimentos e bebidas pelo aumento na demanda ao longo do mês. Outros segmentos de varejo, mais dependentes de crédito, tiveram desempenho mais tímido no mês.

Programas de transferência de renda, queda da inflação (alguns itens tiveram deflação de preços) e reajuste do salário mínimo ajudaram no crescimento do setor.

Na prática, já existiam sinais de que as varejistas poderiam bater a projeção de alta de 2,5% para 2023, com base nas pesquisas mensais de desempenho que a Abras já publicava, mas a associação preferiu manter a mesma estimativa. De janeiro a setembro, por exemplo, a associação já reportava aumento de 2,62% nas vendas, indo a quase 2,7% até novembro — até alcançar 3,1% no acumulado do ano.

A cesta de 35 itens da Abras, que faz parte de uma pesquisa mensal da entidade, teve queda de preços de 4,22% em 2023. Esse recuo nos valores teve peso no aumento do consumo também, por conta da expansão na renda disponível para compras.

A entidade ainda informou um levantamento realizado com apoio da Nielsen, empresa de pesquisas, que mostra que 80% do consumo nos lares foram com 69 marcas de feijão e com 65 marcas de arroz. “Isso mostra um volume grande de opções para que o produto possa caber no bolso dos clientes”, disse Milan.

“Em 2023, 68% dos consumidores buscaram preços mais baixos dentro das categorias [da cesta pesquisa da Abras de 35 itens], quase 22% buscaram preços médios nas lojas e 10%, preços ‘premium’”, disse ele. Os percentuais são muito próximos aos verificados em 2022.

Para 2024, a Abras acredita que o reajuste do salário mínimo de quase 7%, além de pagamentos de precatórios e PIS/Pasep podem ajudar na demanda.

Volume total de lojas

A associação preferiu ser mais conservadora para o desempenho neste ano — apesar da alta de 3% em 2023 —, considerando o cenário de uma safra que pode ser menor em 2024 e um cenário de preços ao consumidor que pode ser afetado pelas instabilidades no clima.

A Abras ainda informou que o volume total de lojas passou de 508 para 666 entre 2022 e 2023, aumento de 158 pontos, expansão de 31%. Foram abertos 220 supermercados e 162 atacarejos em 2023. (Valor Econômico)

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