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Unidade do grupo Evergrande anuncia pagamento de dívidas

Unidade da gigante chinesa Evergrande, que enfrenta crise de liquidez e assusta o mercado mundial, promete quitar dívidas

Prédios na China

Luz no fim do túnel: Hengda Real Estate Group promete pagar dívidas de US$ 35,9 milhões esta semana | Foto: Getty Images

Uma unidade da incorporadora imobiliária chinesa Evergrande afirmou que pagará dentro do prazo os juros de uma emissão de títulos na quinta-feira, 23, oferecendo ao endividado conglomerado um pequeno respiro no momento em que tenta melhorar sua estrutura de capital e consertar sua imagem internacional.

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A Hengda Real Estate Group pagará 232 milhões de yuans (o equivalente a US$ 35,9 milhões) em juros de sua emissão de bonds com vencimento em setembro de 2025, que tem juros de 5,80%, informou a companhia nesta quarta-feira, 22, em comunicado.

Investidores têm monitorado a Evergrande de perto, temendo que um possível calote de uma das maiores incorporadoras imobiliárias da China crie riscos financeiros sistêmicos e gere problemas para todo o mercado.

Conselho de Estado da China promete garantir estabilidade

O Conselho de Estado da China afirmou hoje que trabalhará para garantir que a economia siga dentro de um “alcance razoável” em meio a desafios impostos por altos preços de commodities e a disseminação do coronavírus no país. Os comentários constam em relatos na imprensa estatal chinesa, após reunião do órgão nesta quarta-feira.

Para tanto, o Partido Comunista se comprometeu a “estudar e introduzir medidas que impulsionem o consumo, desempenhar melhor o papel do investimento social, expandir o investimento eficaz e manter o crescimento estável do comércio exterior e do investimento estrangeiro”.

O gabinete do governo chinês também prometeu fortalecer a coordenação entre as políticas fiscal, financeira e de emprego, além de promover melhorias em seus instrumentos “preventivos” com “ajustes finos e cíclicos”, conforme necessário.

Política econômica restritiva abalou liquidez do grupo Evergrande

A queda nas vendas contratadas, atrasos em planos de venda de ativos e a política restritiva de Pequim sobre o setor contribuíram para as preocupações com os patamares de liquidez da empresa.

Na última semana, a Evergrande informou ter contratado assessores financeiros, o que a colocou mais perto de uma reestruturação.

A turbulência levou as ações da empresa, listadas na Bolsa de Hong Kong, às mínimas em anos, enquanto seus títulos de dívida denominados em dólar chegaram recentemente ao preço de US$ 0,25.

Investidores internacionais aguardam para saber se a Evergrande honrará o serviço da dívida de um de seus bonds em dólar, também nesta quinta-feira.

Em um memorando aos empregados divulgado na terça, o presidente do conselho de administração da Evergrande, Hui Ka Yan, disse que espera que os problemas da companhia passem, e que a empresa entregue os imóveis que prometeu aos clientes.

Banco do Japão afasta risco de crise sistêmica por causa da Evergrande

O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, disse nesta quarta-feira, 22, que a crise de liquidez da gigante do setor imobiliário chinês Evergrande, que abalou os mercados financeiros esta semana, não deverá se tornar um problema global.

“É apropriado ver isso como uma questão daquela empresa em particular e do setor imobiliário da China”, disse Kuroda, em coletiva de imprensa que se seguiu à decisão do banco central japonês de manter sua política monetária inalterada. “Não acho que isso vá se tornar um problema geral (para os mercados) a essa altura”, acrescentou.

Kuroda, no entanto, reconheceu que os mercados têm reagido com nervosismo às dificuldades financeiras da Evergrande e prometeu que o BoJ ficará atento a esses movimentos.

Kuroda comentou também que a economia japonesa segue na trajetória da recuperação e disse não acreditar que possa ocorrer uma forte desaceleração da demanda dos EUA e da China. (AE)

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