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Vale é processada nos EUA por fraude na tragédia de Brumadinho

A Securities and Exchange Commission, que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos, abriu processo contra a Vale por uso de documentos enganosos

Vale Brumadinho

Em janeiro de 2019, rompimento de barragem causou 270 mortes na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais | Foto: Estadão Conteúdo

A Securities and Exchange Commission (SEC, que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos) anunciou nesta quinta-feira, 28, a abertura de processo contra a Vale, acusando a empresa brasileira de fraude ao produzir documentos “falsos e enganosos” sobre a segurança de sua barragem antes da tragédia em Brumadinho (MG), em janeiro de 2019.

“O colapso matou 270 pessoas, causou danos ambientais e sociais imensuráveis e levou a uma perda de mais de US$ 4 bilhões na capitalização de mercado da Vale”, observa o documento da SEC. O processo foi aberto em Nova York.

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O regulador norte-americano alega no processo que, desde 2016, a Vale manipulou “múltiplas auditorias” sobre segurança de suas barragens. Assim, de forma regular enganou investidores, governos e a comunidade sobre a segurança da barragem em Brumadinho, incluindo em documentos sobre a respeito de questões sociais, ambientais e de governança (ESG, na sigla em inglês).

Órgão regulador dos EUA diz que Vale sabia dos riscos em Brumadinho

A SEC alega ainda que, por anos, a Vale sabia que a barragem de Brumadinho não atendia padrões de segurança reconhecidos internacionalmente. Ao mesmo tempo, documentos oficiais da mineradora atestavam que a companhia aderiu “as mais rígidas práticas internacionais” de segurança e 100% de suas barragens estavam certificadas como tendo condições estáveis.

“Enquanto supostamente ocultava os riscos ambientais e econômicos representados por sua barragem, a Vale enganou os investidores e levantou mais de US$ 1 bilhão em nossos mercados de dívida, enquanto seus títulos eram negociados ativamente na Nyse [a Bolsa de Nova York]”, comenta no comunicado a diretora associada da Divisão de Execução da SEC, Melissa Hodgman.

No comunicado, a SEC agradece a participação do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Ministério Público Federal Brasileiro. (AE)

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