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Vale fecha parceria internacional para incentivar produção de hidrogênio verde

Empresa sueca H2 Green Steel vai estudar desenvolvimento de hubs industriais no Brasil e na América do Norte em conjunto com a empresa brasileira

Ferro-esponja será produzido pela Vale

Acordo prevê utilização briquetes de minério de ferro produzidos pela Vale | Foto: Getty Images

A Vale S.A. (VALE3) e a produtora de aço verde H2 Green Steel, da Suécia, assinaram acordo para desenvolvimento de hubs industriais no Brasil e na América do Norte. No acordo, a startup sueca pretende fabricar produtos da cadeia siderúrgica de baixo carbono, como hidrogênio verde e hot briquetted iron (HBI), conhecido em português como ferro-esponja. Da Vale, espera-se a construção e operação de plantas de briquete de minério de ferro, que alimentarão reatores de redução direta para a produção de ferro-esponja e outros metálicos, fornecendo eletricidade de fontes renováveis para suprir a produção de hidrogênio verde.

O briquete é produzido pela Vale em seu centro de tecnologia em Minas Gerais. A primeira planta de briquete, com investimentos de R$ 1,3 bilhão, está sendo comissionada em Vitória e começará a produzir até o final do ano. O ferro-esponja é o resultado do processo de redução direta do minério de ferro sem passar pelo estado líquido, emitindo menos gases poluentes do que outras reduções, como o ferro-gusa.

Segundo o presidente da Vale S.A, Eduardo Bartolomeo, com essa parceria, a Vale dá seus primeiros passos no mercado de hidrogênio verde. “A iniciativa reforça o papel da Vale como indutora da neoindustrialização do Brasil, que será baseada na indústria de baixa emissão de carbono, cumprindo sua vocação de âncora do desenvolvimento regional, como sempre fez ao longo de sua história”.

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O número de hubs que serão construídos na parceria, a localização e capacidade de produção serão definidos após os estudos de viabilidade a serem desenvolvidos em conjunto pelas duas empresas.

Empresa sueca é referência em hidrogênio verde

A H2 Green Steel tem sede em Estocolmo, na Suécia, e foi fundada em 2020. Apresenta como objetivo acelerar a descarbonização da indústria siderúrgica usando hidrogênio verde – e o aço, que é um dos maiores emissores de dióxido de carbono do mundo, é a primeira vertical de negócios da empresa. A primeira usina de aço verde da empresa, que utiliza hidrogênio verde, está sendo desenvolvida em Boden, também na Suécia.

“Tanto o Brasil quanto partes da América do Norte têm grande potencial devido ao acesso a fontes de energia renovável, minério de ferro de alta qualidade e disposição política para apoiar projetos de descarbonização”, explica Kajsa Ryttberg-Wallgren, vice-presidente executiva de Crescimento e Negócios de Hidrogênio da H2 Green Steel.

Essa não é a primeira parceria entre a Vale e a H2 Green Steel. Em julho deste ano, as empresas assinaram um acordo para fornecimentos de pelotas de redução direta à planta de Boden. A Vale espera alcançar a capacidade de produção de 100 milhões de toneladas de aglomerados (briquetes e pelotas) após 2030.

Vale tem metas alinhadas ao ESG

A Vale estabeleceu a meta de reduzir suas emissões líquidas de carbono de escopo 1 e 2 (diretas e indiretas) em 33% até 2030, com o objetivo de zerá-las até 2050. Em 2021 a empresa anunciou investimentos de US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões para atingir essa meta.

A empresa colocou ainda um alvo de reduzir em 15% as suas emissões de escopo 3, relativas à cadeia de valor, até 2035 – o equivalente às emissões de um país como a Nova Zelândia. A Vale já assinou mais de 50 acordos com clientes para oferecer soluções de descarbonização, que são responsáveis por 35% das emissões de escopo 3 da empresa.

Ações da Vale3: comprar ou vender?

As ações da Vale (VALE3) somam valor de mercado de mercado de aproximadamente US$ 60 bilhões e a empresa conta com cerca de 220 mil acionistas em todos os continentes. A Vale S.A tem recomendação de compra da equipe de Research da Safra Corretora com preço-alvo de R$ 91.

A equipe de Research espera que a Vale registre um EBITDA de US$ 4,2 bilhões no trimestre, incluindo as despesas de Brumadinho, equivalente a uma margem de 43% e 17% maior no comparativo de trimestres, já que o crescimento nos volumes e os custos mais baixos mais do que compensaram a queda nos preços. A receita líquida estimada de US$9,6 bilhões é 14% maior também no comparativo trimestral.


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