Vândalos rabiscam arte rupestre de mais de três mil anos

Desenhos geométricos abstratos no Parque Nacional de Big Bend, no Texas, foram irreparavelmente danificados por vândalos que rabiscaram nomes e datas sobre os símbolos pré-históricos.

O Serviço Nacional de Parques dos Estados Unidos informou que a antiga arte rupestre foi danificada em 26 de dezembro na área do parque, no sudoeste do Texas na fronteira dos Estados Unidos com o México.

Desde 2015, arqueólogos do parque documentaram mais de 50 casos de vandalismo, informou o Serviço de Parques.

Danificar os recursos do parque contraria uma lei federal e desfigurar a arte rupestre e locais culturais antigos viola a Lei de Proteção de Recursos Arqueológicos, que protege sítios de interesse arqueológico em terras federais e nativas americanas.

Tom Alex, um arqueólogo aposentado que trabalhou por 32 anos no parque, disse ao New York Times que os desenhos abstratos danificados eram conhecidos como petroglifos.

“Há linhas onduladas, linhas curvilíneas, padrões geométricos, rabiscos e desenhos que atravessam a superfície da rocha”, disse ele.

Arte rupestre rabiscada por vândalos pode ter até 8 mil anos

O especialista disse que era difícil determinar precisamente a idade dos vestígios mas, mas os petroglifos um período entre 3 mil e 8 mil anos.

Ele disse que esses tipos de desenhos representavam algumas das mais antigas artes rupestres da América do Norte. No período mais recente, a arte rupestre incluiu mais representações de pessoas e animais.

A arte abstrata é comum em todo o sudoeste dos Estados Unidos. Ainda não é possível determinar qual grupo de nativos foram responsáveis pelos desenhos em Big Bend, segundo especialista.

Também não se sabe ainda quem danificou a arte rupestre, embora os responsáveis tenham deixado algumas pistas. Quatro nomes foram rabiscados na arte: Adrian, Ariel, Isaac e Norma, de acordo com fotos compartilhadas pelo Serviço de Parques. O ano de 2021 e a data “26-12-21” também foram riscados na rocha.

Tom VandenBerg, chefe de serviços de interpretação e visitantes em Big Bend, disse ao Texas Monthly que o parque havia recebido “pistas potenciais muito fortes” sobre quem foi o responsável pelo vandalismo. VandenBerg acrescentou que o parque evitou fornecer mapas e direções das esculturas para evitar mais danos ao antigo local.

Bob Krumenaker, o superintendente de Big Bend, condenou o vandalismo em um post no site do parque. “Danificar características naturais e arte rupestre destrói a própria beleza e história que o povo americano quer proteger em nossos parques”, disse ele. Funcionários do parque tentaram reparar os danos, mas grande parte do estrago é permanente, disse o post.

Alex disse que alguns arranhões no painel eram superficiais e possíveis de limpar para que fossem menos óbvios, mas outros penetraram nos desenhos pré-históricos. “Esses arranhões vão ficar lá para sempre”, disse ele.