Varejo em SP pode crescer 1,3% este ano, mas juro limita desempenho
Segundo a Associação Comercial, no primeiro semestre haverá desaceleração da economia e, consequentemente, das vendas do varejo
19/01/2023As vendas do varejo em São Paulo devem ter um desempenho no primeiro semestre ainda pior do que no período pré-pandemia. Mas, na segunda metade do ano, o comércio deve apresentar melhora. Com isso, o Balanço de Vendas, indicador que mede a atividade varejista, pode subir 1,3% em 2023, segundo estimativa do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP).
“Estimamos que haverá uma desaceleração da atividade econômica no primeiro semestre, em função dos juros altos para controlar a inflação”, disse Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do IEGV. “Mas, de julho para frente vemos uma melhora com a definição do novo arcabouço fiscal e alguma redução dos juros.”
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A última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em dezembro do ano passado, fixou a Selic – taxa básica de juros – em 13,75%. A inflação acumulada em 2022 foi de 5,79%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Para o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alfredo Cotait, a taxa de juros ainda será o limitador do crescimento econômico no Brasil e, consequentemente, do varejo paulistano.
“O novo governo ainda não apresentou um plano para dar mais previsibilidade ao investidor. Além disso, projetamos um desequilíbrio fiscal diante de todas as declarações do presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) e isso faz com que a taxa de juros continue com viés de alta”, disse Cotait. “Este desequilíbrio é perverso porque a inflação sobe e o juros também.”
No ano passado, segundo os cálculos feitos pelos economistas do IEGV com base em amostra da Boa Vista, houve retração de 2,4% no comparativo com 2019, período pré-pandemia.
Somente no segundo semestre, a movimentação no varejo da capital paulista avançou 7,7% no segundo semestre do ano passado sob o mesmo período de 2021, de acordo com o IEGV.
A avaliação do instituto de economia é que o crescimento no segundo semestre foi impulsionado pelos programas de transferência de renda do governo federal, aumento do emprego e pela recuperação da confiança dos consumidores.