Varejo online enfrenta cenário adverso com inflação e juros altos

Se durante a pandemia vimos um forte crescimento do varejo online, agora a situação muda diante do fim das restrições de distanciamento social e cenário econômico mais adverso. À época, as boas perspectivas levaram os grandes players do segmento a investiram em suas plataformas digitais, em infraestrutura de estocagem e centros de distribuição, visando acelerar a entrega do produto e disputar o cliente, dada a concorrência acirrada.

Contudo, o cenário oportuno se inverteu após a arrefecimento das medidas de distanciamento social, o que levou mais pessoas a comprarem na loja física, inflação e juros crescentes. Estamos, inclusive, observando uma redução na quantidade de benefícios e vantagens ofertados pelos varejistas, com o intuito de melhorar a rentabilidade.

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A aquisição de bens de maior valor, por exemplo, dos produtos de linha branca, é influenciada pelo nível de confiança dos consumidores na economia. A inflação e desemprego reduzem o poder de compra das famílias e frustram os planos de expansão do varejo.

De janeiro a maio deste ano, a venda de eletroeletrônicos registrou queda de 19% (em comparação com o mesmo período de 2021), e a projeção da Statista é redução de 2,7% no acumulado de 2022, incluindo venda física e online.

A base de comparação de 2021 teve impacto positivo do auxílio emergencial e juros baixos. No entanto, algumas datas no segundo semestre (Black Friday, Copa do Mundo e Natal) animam um pouco as expectativas de venda, mas o comportamento da economia e do consumidor permanecem incertos.

Do ponto de vista dos varejistas, além de redução na demanda o setor enfrenta aumentos nos custos para obtenção de crédito, logístico, mídia etc. A cautela é quanto à perda na margem das companhias e perda de eficiência. Isso explica o repasse de custos aos clientes e redução nos benefícios, a exemplo do frete grátis.