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Variante mineira do vírus preocupa especialistas

Cientistas investigam se a nova cepa identificada em pacientes em Belo Horizonte pode apresentar risco maior de contágio

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Pesquisadores tentam identificar características de novas cepas do coronavírus | Foto: Getty Images

A nova variante do Sars-CoV 2 descoberta em Belo Horizonte pode ser mais contagiosa do que as descobertas até agora. Entre as 18 mutações identificadas em dois pacientes na capital mineira, algumas ocupam as mesmas posições das cepas com maior capacidade de infecção.

O estudo não está completo. Para que a nova cepa tenha suas características definidas e ganhe um nome é preciso ainda a sua identificação em ao menos mais três pacientes que não morem juntos nem convivam.

Dr. Renan Pedra de Souza, professor de genética humana da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e um dos coordenadores do estudo que identificou as mutações, acredita estar perto da conclusão. De acordo com o pesquisador, uma nova rodada de sequenciamento viral será realizada na próxima quarta-feira, 14.

Agulha no palheiro

“Esperamos encontrar os três pacientes que faltam para determinar e denominar esse conjunto de mutações como uma nova linhagem de Sars-Cov 2. Mas é sempre como procurar uma agulha no palheiro”, diz o estudioso.

A pesquisa está sendo conduzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro e com o grupo Hermes Pardini.

O governador do Estado, Romeu Zema, disse que “é muito preocupante” a possibilidade da segunda mutação brasileira ser encontrada em Minas Gerais. Ele pediu que o processo de vacinação seja acelerado no Estado.

Minas Gerais vive hoje uma alta de contágio e internações decorrente da cepa P.1, originária de Manaus. “A situação que Minas Gerais está vivendo é seguramente efeito da P.1”, diz o virologista José Eduardo Levi, responsável pela descoberta de outra variação, britânica.

Virologista anteviu prevalência de nova cepa

Há duas semanas, em entrevista a O Especialista , José Eduardo Levi, pesquisador ligado à Universidade de São Paulo (USP) alertou sobre a capacidade muito maior de contágio da P.1 em comparação à cepa primária.

A Secretaria de Saúde do Estado confirmou que a P1 prevalece hoje entre os portadores de Covid-19 em Minas Gerais. Quase não se encontra mais a presença da cepa original, menos letal e infecciosa, em pacientes mineiros. O Estado registrou ontem 1000 mortes em 48 horas, o maior número de óbitos desde o início da pandemia.

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