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Vinhos brancos: 5 rótulos excelentes para os dias de calor

Apesar da falsa fama de inferior ao tinto, o vinho branco ocupa cada vez mais espaço nas vinícolas, adegas e nas classificações internacionais

Vinhos brancos

Versão clara da bebida ganhou com o aprimoramento da logística, pois precisa de temperaturas mais baixas para o consumo e tem menos tempo de boa conservação que o tinto | Foto: Getty Images

Existe uma falsa crença de que um grande vinho será sempre tinto. Enólogos ensinam que não é verdade. O sistema de pontuação adotado em todo mundo utiliza os mesmos critérios para todos os tons da bebida e alguns vinhos brancos estão entre os melhores de suas vinícolas e países.

Os vinhos claros (brancos, rosés e espumantes) vivem aumento de produção e consumo, acelerado pelo aumento geral de consumo de bebida alcoólica durante a pandemia. O aprimoramento da logística em toda a cadeia favorece especialmente esses vinhos, que precisam de temperaturas mais baixas para o consumo e duram menos tempo depois de engarrafados.

Os espumantes brut foram, por exemplo, os que mais tiveram aumento de vendas no primeiro semestre de 2021 no Rio Grande do Sul: 52%, seguidos pelos produzidos pela uva Moscatel (43%), em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra).

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No Chile, maior exportador em volume da bebida do mundo (e que tem o Brasil como principal cliente), a segunda uva mais cultivada hoje é a Sauvignon Blanc, atrás em área cultivada apenas da tinta Cabernet Sauvignon, a uva francesa que encontrou no solo andino as melhores condições de plantio para a reprodução.

Independentemente da cor, todos os vinhos são avaliados de 50 a 100 pontos por características que vão do aspecto na taça ao chamado aftertaste, sabor deixado após o gole. Todos os critérios são validados por enólogos e sommeliers. É a partir dessa metodologia que concursos e degustações oficiais emitem os selos de qualidade internacionais. Um vinho tinto de 100 pontos será tão perfeito e de mesma qualidade que um branco ou rosé com a mesma pontuação.

São poucas as garrafas que alcançam a nota máxima. A partir dos 80 pontos, um vinho é considerado “muito bom” pelo critério estabelecido pelo crítico de vinhos Robert Parker em 1970. Foi adotado pelo mercado vitivinicultor, que precisava de uma régua (leia abaixo) que colocasse os novos produtores em pé de igualdade com as empresas seculares. É, até hoje, a principal métrica de classificação de vinho no planeta.

O que significam os pontos do método de Robert Parker

  • Inferiores: 50 a 59
  • Abaixo da média: 60 a 69
  • Médios: 70 a 79
  • Muito bons: 80 a 89
  • Excelentes: 90 a 95
  • Excepcionais: 96 a 100

O enólogo e empresário Ciro Lilla, dono da Mistral e da Vinci, tem algumas hipóteses para a fama injusta dos vinhos brancos. Ele escreve em seu livro “Introdução ao Mundo do Vinho” que muitos começam a beber vinho pelos brancos, que tem teor alcoólico em geral mais baixo que o tinto, ficando com a impressão errada de que o branco é um vinho para iniciantes.

Outro palpite do enólogo é a opinião da parcela da população que começou a beber vinho por indicação médica. Esses foram diretamente para o tinto, que tem alta concentração de taninos — antioxidantes naturais que podem ajudar a prevenir contra doenças cardiovasculares.

De toda maneira, quando a temperatura esquenta, os vinhos claros são mais procurados, pois são feitos para serem bebidos gelados ou quase gelados. Especialistas recomendam que vinhos brancos sejam bebidos em torno de 10 graus Celsius e, espumantes, a partir de 5 graus Celsius. Tintos devem ser bebidos a 18 graus Celsius.

Vinhos brancos com mais de 90 pontos fáceis de se encontrar no Brasil

  • Adriana Vineyard White Bonnes, Argentina, 2017- 96 pontos

Branco elaborado a partir de uvas Chardonnay de uma seleção de vinhas plantadas em solos calcários do vinhedo Adrianna, em Gualtallary. O vinho fermenta e permanece entre 12 e 16 meses em barris de carvalho francês de 500 litros, o que promove uma fermentação seletiva, sendo que alguns deles desenvolvam véu de flor, como nos vinhos de Jerez. Álcool: 12,5%

  • Tara White Wine, Chile, 2017 – 95 pontos

Chardonnay, com fermentação espontânea (sem adição leveduras) dos cachos inteiros, isento de adição de SO2 e engarrafado sem clarificação ou filtração. Fermenta e estagia majoritariamente em barricas de inox durante 24 meses. Tem estrutura firme e grandiosa, textura cremosa e final longo. Álcool 13%.

  • Pazo de Señorans, Espanha, 2017 – 95 pontos

Branco elaborado exclusivamente a partir de uvas Albariño, sem passagem por madeira por 30 meses antes de ser engarrafado. Apesar da passagem por madeira tem frescor de fruta e preserva o terroir com mais de 10 anos de garrafa. Sua descrição menciona frutas brancas, notas florais, ervas, frutos secos e anis, tudo sustentado por textura firme e boa acidez. Álcool 13%.

  • Grand Cru de Chablis, França, 2015 – 93 pontos

Chardonay produzido por uvas de vinhedos localizados nos melhores terroirs de Chablis em um solo de calcário tipico chamado Kimmeridgien. Tem por isso característica mineral. Elaborado por Jean Paul & Benoît Droin, tem dez anos de envelhecimento em barricas de carvalho. É considerado um dos maiores brancos da Borgonha. Álcool: 13%

  • Marques de Casa Concha Chardonnay, Chile, 2018 – 93 pontos

Feito da uva Chardonnay colhida manualmente no vinhedo Quebrada Seca, em Limarí. Brbida que passa por fermentação em barris de carvalho francês e depois por barricas com suas borras para bâtonnage por 12 meses. Equilibrado, com ótima estrutura e textura, que se mantém por 10 anos de guarda. Álcool: 14%

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