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Volume de captação de empresas brasileiras no exterior recua em janeiro

Volatilidade no preço dos ativos e o aperto da política monetária pelo Federal Reserve explicam a dificuldade em captar dívida em moeda estrangeira

Fachada da NYSE, bolsa de valores de Nova York, nos EUA, alusivo à captação de empresas brasileiras no exterior

Companhias brasileiras se depararam com juros mais altos, dado às expectativas sobre o Fed nos EUA, para dar seguimento a uma oferta de dívida | Foto: Getty Images

Em janeiro de 2022, a captação de dívida no exterior por empresas brasileiras caiu para menos da metade do volume registrado em janeiro de 2020, após um volume no quarto trimestre de 2021 já abaixo do esperado.

Era esperado um ambiente mais favorável no início do ano, contudo a volatilidade no preço dos ativos no exterior e o aperto da política monetária pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) explicam a dificuldade em captar dívida em moeda estrangeira nesse momento.

Saiba mais

O título do Tesouro Americano de dez anos, que funciona como uma espécie de referência no mercado internacional de crédito, vinha em uma tendência de abertura desde dezembro de 2021. Hoje, negocia acima de 1,9%.

Esse movimento reflete a expectativa de elevação na taxa de juros pelo Fed, em resposta ao risco inflacionário nos EUA.

O impacto disso é sentido no aumento do custo para captação de dívida no mercado internacional.

Desse modo, as companhias brasileiras se depararam com juros mais altos para dar seguimento a uma oferta de dívida.

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Condições de captação

De acordo com matéria publicada no Estadão, títulos emitidos no exterior a uma taxa de 4% em 2021, hoje negociam acima de 5% no mercado secundário.

Isso significa que, para atrair investidores para uma oferta, a companhia teria que oferecer um prêmio acima desse valor.

No lado da demanda, vimos investidores mais cautelosos e com pouco apetite para entrar em novas emissões, por conta da volatilidade no preço dos ativos.

Algumas companhias com emissões já estruturadas e prontas para lançamento decidiram esperar por um momento mais favorável para captação.

Estimativas do mercado sinalizavam entre dez e 15 emissões no início do ano, mas até agora apenas quatro companhias (Bradesco, Banco do Brasil, TV Globo e Açu Petróleo) seguiram com as captações no exterior.

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