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Ibovespa cai 2,2%, mas segura os 110 mil pontos em dia turbulento

Principal índice de ações do país é sustentado por desempenho da Petrobras. Bolsas estrangeiras também sofrem com aversão ao risco

Tela de informações sobre a bolsa de valores

Após recuperação na sexta-feira, Bolsa de Valores começa a semana em queda acentuada. Dólar fecha em alta de 1,44%, a R$ 5,45 | Foto: Getty Images

No dia em que a queda de rede do Whatsapp, Facebook e Instagram colocou pressão extra sobre o setor de tecnologia em Nova York, o Ibovespa conseguiu segurar os 110 mil pontos nesta segunda-feira, 4.

O patamar foi mantido devido ao desempenho de Petrobras (ON +2,44%, PN +2,82%), favorecido pelo Brent acima de US$ 81 por barril, sendo decisivo para que a sessão não fosse ainda mais negativa na B3.

Ao final, o índice mostrava perda de 2,22%, aos 110.393,09 pontos, entre mínima de 109.978,79 e máxima de 112.899,68 pontos, da abertura – quase 3 mil pontos entre o piso e o teto do dia.

Com isso, o Ibovespa mais do que devolveu o ganho de 1,73% registrado no fechamento da sexta-feira, 1º, alternando altos e baixos sem interrupção nas últimas oito sessões.

O giro desta segunda foi de R$ 33,2 bilhões. No ano, o Ibovespa cede 7,25%, com recuo de 0,53% nas duas primeiras sessões de outubro.

Já o dólar fechou em alta de 1,44%, cotado a R$ 5,45.

Em deliberação bem recebida no mercado da commodity, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), em reunião ministerial nesta segunda-feira, decidiu manter o acordo já em vigor sobre o aumento gradual da oferta.

Com isso, o grupo continuará a elevá-la em 400 mil barris por dia em novembro.

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Desempenho das companhias do Ibovespa

À exceção de Petrobras, na ponta positiva do Ibovespa nesta segunda-feira à frente de JBS (+1,10%), Marfrig (+0,19%) e Minerva (+0,09%), as demais empresas e setores recuaram na sessão, com destaque para o setor de siderurgia (CSN ON -5,00%, Usiminas PNA -5,22%) e o financeiro (Bradesco ON -3,68%, B3 -6,27%), de peso no índice.

O dia foi bem negativo para o varejo, com Americanas ON e Lojas Americanas em baixa, ambas, de 8,30% no encerramento, e Via, de 7,12%.

Na ponta negativa do Ibovespa, Banco Inter (Unit -13,42%, PN -12,95%) e Banco Pan (-10,63%). Vale ON cedeu 0,93% nesta segunda-feira.

Nesta segunda-feira, o Boletim Focus trouxe nova alta nas projeções do IPCA, a 26ª consecutiva, para o fim deste ano - em 2021, passou de 8,45% para 8,51%, acima do teto da meta, e para o ano que vem, de 4,12% para 4,14%, 11ª alta seguida para 2022.

Bolsas estrangeiras

Nesta segunda-feira, a aversão a risco veio da sessão asiática, passando pela europeia, estendendo-se também aos mercados do novo mundo.

Na mínima desta segunda, o Ibovespa atingiu o menor nível desde 21 de setembro, então aos 108.859,22 pontos.

Em Nova York, o Nasdaq acentuou perdas no começo da tarde com o relato de instabilidade mundial no Whatsapp, Instagram e Facebook pressionando as ações da rede fundada por Mark Zuckerberg, em queda acima de 5% durante a sessão.

No fechamento, o índice de tecnologia mostrava perda de 2,14%, com o Dow Jones em baixa de 0,94% e o S&P 500, de 1,30%, um pouco mais moderadas do que o visto ao longo da tarde.

Cenário macroeconômico internacional

No cenário macro, prevalecia também, desde cedo, a cautela com relação ao impasse sobre o teto da dívida nos Estados Unidos.

No meio do dia, o presidente Joe Biden disse que não poderia garantir que não haverá calote da dívida, ao fazer um apelo para que os republicanos "saiam do caminho" e deixem os democratas elevarem o teto da dívida.

"Um calote da dívida levaria nossa economia ao precipício", acrescentou o presidente americano. "Nunca falhamos em pagar nossas dívidas, é o que nos define", disse também Biden. "O que os republicanos estão fazendo ao bloquear suspensão do teto é perigoso", concluiu.

Mais tarde, a Casa Branca confirmou que Biden não descarta elevar o teto da dívida por meio de instrumento legislativo conhecido como "reconciliação", ante o bloqueio imposto pelos republicanos.

A elevação global do petróleo é outro fator acompanhado de perto pelo governo americano, apontou a porta-voz Casa Branca, Jen Psaki.

Segundo ela, o governo dos Estados Unidos usará "todos os meios à disposição" para evitar que os preços de combustível subam demais.

Durante entrevista coletiva, a porta-voz disse também que o país já liberou parte de suas reservas estratégicas para lidar com o quadro, e que a alta ocorre em parte por causa da passagem do furacão Ida na Costa do Golfo, importante região produtora.

"A política fiscal continua no ar, altos custos de energia agora são dados, ninguém pode responder por quanto tempo os problemas de restrição na cadeia de suprimento vão durar, as preocupações com o crescimento global para o próximo trimestre continuam piorando, enquanto o que foi a rede de segurança sem fim, de estímulo do banco central, parece prestes a acabar em breve", resume em nota Edward Moya, analista da Oanda em Nova York. (AE)

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