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10 recados do presidente do Fed sobre economia e pandemia

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, diz que a prioridade é a vacinação para garantir crescimento e empregos

Jerome Powell

Jerome Powell já tomou a primeira dose da vacina, mas ainda não conversou com a nova secretária do Tesouro, Janet Yellen | Foto: Divulgação

O Banco Central dos Estados Unidos manterá a taxa básica de juro entre 0% e 0,25%. Ao comentar a decisão, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, concedeu ontem uma entrevista onde explicou como a instituição avalia o atual contexto de pandemia nos Estados Unidos.

Ele disse que já tomou a primeira dose da vacina e que a melhor política para apoiar a economia agora é controlar a pandemia de coronavírus. Ele também informou que tem “o mais alto respeito e admiração” por Janet Yellen, a nova secretária do Tesouro dos Estados Unidos, que acaba de tomar posse, e que  em breve espera retomar os contatos semanais com a secretária do Tesouro. 

Segundo ele, os Estados Unidos caminham para um cenário econômico “diferente”, e será necessário seguir com o foco nas pessoas afetadas pela crise mesmo após a retomada das atividades. 

Confira dez recados do presidente do Fed:

  1. A  economia americana ainda tem um longo caminho a percorrer até que as metas de emprego e inflação sejam atingidas. “Vários elementos”, como a distribuição de vacinas para a covid-19, apontam para uma melhora da perspectiva no segundo semestre de 2021.
  2. A economia americana tem se mostrado mais resiliente do que o esperado em meio à crise do coronavírus.
  3. Há “consideráveis riscos de baixa” à perspectiva econômica, entre eles as novas cepas do coronavírus e um possível atraso no ritmo de vacinação para a covid-19. Ainda levará “um bom tempo” até que a imunidade de rebanho seja atingida nos EUA.
  4. Os impactos ainda em andamento da pandemia na economia ainda preocupam. Como baixos gastos no setor de serviços, especialmente nos de viagens e hoteleiro, e um nível geral da atividade contraído em meio à alta incerteza por conta da covid-19. O país enfrenta perda “significativa” de empregos em setores como o de lazer e hospitalidade. As empresas ainda estão sob dificuldades por conta da pandemia. Há 9 milhões de trabalhadores desempregados nos Estados Unidos.  O foco da autoridade monetária está em apoiar a economia e levar as pessoas ao trabalho o mais rápido possível.
  5. O Fed vai manter a sua política monetária “acomodatícia”, incluindo a taxa de juro e as compras de bônus atuais, de forma a continuar dando “apoio importante” para direcionar a economia dos Estados Unidos à recuperação. O Fed segue “muito comprometido” com as suas metas de máximo emprego e manter a inflação acima de 2% por algum tempo, e não espera uma “mudança significativa” a curto prazo no quadro para a inflação dos Estados Unidos. 
  6. Uma recuperação não sustentada do nível de preços é mais preocupante do que uma inflação mais alta. “Seremos pacientes, não vamos reagir a aumentos modestos na inflação”. O Fed tem lutado contra “forças desinflacionárias” vindas de outras economias ao redor do mundo.
  7. Mudanças estruturais na economia, o envelhecimento da população e o avanço de novas tecnologias também têm segurado o nível de preços nos últimos tempos.
  8. A estabilidade financeira dos Estados Unidos estão sob risco “moderado” . O apoio fiscal em discussão no país e as expectativas com as vacinas foram o que impulsionaram as altas nos preços de ativos em meses recentes.
  9. A redução do nível de compras de bônus pela entidade deve ser “bastante gradual”, quando ocorrer. Ainda é prematuro especular sobre o momento em que isso deve acontecer. O Fed vai agir quando houver de fato mudança na economia, e não apenas nas perspectivas.
  10. O sistema bancário tem se sustentando bem no contexto atual, e as empresas têm conseguido se financiar durante a crise, o que ele considerou “positivo”. ( Com AE)

 

 

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