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Com alto desempenho no trimestre, Movida tem e ação com preço atrativo

Uma das maiores companhias de locação de veículos do Brasil, a Movida (MOVI3) tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 31,50 por ação

Movida

A receita da divisão de vendas aumentou 255% no ano, impulsionada pelo aumento anual de 184% no número de veículos vendidos | Foto: Getty Images

A Movida (MOVI3) apresentou ótimos resultados no primeiro trimestre de 2022, refletidos no spread LTM (Retorno do Capital Investido-ROIC), que aumentou 4,4 pontos percentuais, para 9,9% ao ano.

O bom desempenho foi impulsionado por um robusto aumento de receita de 144% ao ano para R$ 1,97 bilhão, resultado do crescimento anual de 87% em suas receitas de aluguel, para R$ 992 milhões, que foi impulsionado por tarifas diárias mais altas em seu aluguel de carros e forte aumento em sua divisão GTF, impulsionado pela aquisição da CS Frotas em agosto de 2021.

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A receita da divisão de vendas de ativos aumentou 255% no ano, para R$ 974 milhões, impulsionada principalmente pelo aumento anual de 184% no número de veículos vendidos, para 15,2 mil.

Por outro lado, o custo por veículo (CPV) da Movida subiu 166% na comparação anual, para R$ 1,08 bilhão, impulsionado por maiores custos de depreciação, mas não o suficiente para ofuscar o impressionante crescimento de 183% no ano no EBITDA, que atingiu R$ 863 milhões.

O lucro líquido foi de R$ 258 milhões, com aumento de 135,7% na comparação anual, com o resultado positivo sendo parcialmente atenuado pelo aumento anual de 275% em suas despesas financeiras líquidas, após um aumento de 155% em sua dívida líquida no período, além do aumento nos juros no país.

Como resultado de seu ótimo desempenho trimestral e considerando o upside ainda elevado que vislumbrado para suas ações, o Banco Safra reforça a recomandação de compra para a Movida.

A empresa está negociando a 4,6x EV/EBITDA 2022, ~60% abaixo da média de seus pares de aluguel de carros.

A receita da divisão de aluguel de carros (RAC) da Movida aumentou 63% A/A, atingindo R$ 595 milhões, impulsionada por uma expansão recorde de 56% A/A em suas tarifas médias diárias, para R$ 127, além do aumento de 16% A/A em sua frota operacional média, para 75,3 mil veículos.

Por outro lado, a taxa de ocupação da frota apresentou um decréscimo de 302bps A/A para 76,1%. O EBIT da divisão aumentou 97,5% A/A, atingindo R$ 265 milhões, acompanhando a maior alavancagem operacional alcançada com o robusto crescimento da receita.

No segmento de aluguel de frotas (GTF), a receita da Movida cresceu 140% A/A, para R$ 397 milhões, com forte crescimento explicado pela incorporação do ‘CS Frotas’ em agosto de 2021. O aumento da receita do segmento também foi influenciado positivamente em 26% A/A em seu ticket médio mensal, devido à transferência de novos patamares de taxas de juros e maiores preços de veículos para renovação e expansão da frota de seus novos contratos.

Por outro lado, seus custos aumentaram 174% A/A, principalmente devido à incorporação integral do ‘CS Frotas’. Apesar disso, o EBIT de aluguel de frotas cresceu 142,5% A/A, atingindo R$193 milhões no 1T22.

Na divisão de vendas de ativos (Seminovos), a receita líquida da Movida aumentou 255% A/A, para R$ 974 milhões. No 1T22 a Movida vendeu 15,2 mil carros (+184% A/A) com ticket médio de R$65 mil (+24% A/A). A recuperação observada no volume de vendas foi a principal responsável pela expansão de 575% do EBIT da divisão de Seminovos, para R$ 192 milhões, principalmente considerando a fraca base de comparação do 1T21 devido à escassez de veículos novos que retardou a renovação da frota da empresa no ano passado.

Enquanto isso, a margem EBIT do segmento manteve-se acima dos níveis históricos, em 19,8% (+9,4p.p YoY), acompanhando a valorização observada nos preços de seus veículos usados.

No entanto, o Safra espera que essas margens diminuam gradualmente à medida que a empresa acelere a renovação de sua frota a preços atualizados.

Análise de MOVI3 no 4T2

A Movida (MOVI3) apresentou bons resultados no 4T21, refletidos no spread do ROIC dos últimos 12 meses da empresa, que aumentou 5,5p.p. a/a, indo para 10,2%.

A forte alta de 75,7% a/a na receita líquida para R$ 1,7 bilhão (recorde trimestral), pode ser explicada em grande parte pelo crescimento de 86,7% a/a na receita líquida de locações, de R$ 932 milhões, impulsionado principalmente pelo aumento de 40% a/a nas tarifas diárias do RAC, de R$ 118,6.

Além disso, apesar de um aumento de 24% no seu CPV, a empresa conseguiu aumentar o seu EBITDA em 154,4% a/a, com o referido aumento da receita líquida e tarifas mais elevadas.

Por fim, a Movida informou um Lucro Líquido ajustado de R$ 276,7 milhões, +99,5% a/a e +6,7% t/t com salto de 464% a/a em seu resultado financeiro líquido, acompanhando o aumento de 188% a/a observado em sua dívida líquida e ao aumento na taxa Selic no período.

Impulsionada por tarifas recordes, a receita em sua divisão RAC atingiu US$ 559 milhões, um aumento de 26,1% em relação ao ano anterior. O bom desempenho do RAC pode ser explicado pela sólida expansão de 40% a/a de suas diárias médias, para R$ 118,6 – o novo recorde para um trimestre que ajudou a impulsionar a receita de RACs.

Por outro lado, a taxa de ocupação da frota apresentou um decréscimo de 209 bps a/a, enquanto a frota operacional média cresceu 4,4% a/a, para 70,4 mil veículos.

O EBIT do RAC aumentou 125% a/a, atingindo R$ 247 milhões, com aumento dos custos relacionados à manutenção da frota, que foram compensados por créditos de PIS/COFINS no valor de R$ 14,0 milhões somente em dezembro.

Fatores que elevaram a receita

A receita líquida da GTF atingiu R$ 372,7 milhões, alta de 164,3% a/a. O aumento da receita da divisão GTF foi explicado principalmente por:

  • Incorporação da CS Frotas no resultado do trimestre;
  • Expansão da frota de, aproximadamente, 104% a/a, resultado da adição de 25 mil carros CS Frotas, do crescimento da Movida Zero Km e da adição e renovação de contratos corporativos;
  • Aumento de 30,0% a/a no ticket médio mensal, devido ao repasse de novos patamares de juros e preços de veículos para renovação e expansão de frota para novos contratos.

O EBIT da GTF aumentou 228% a/a, atingindo R$ 188 milhões, apesar do aumento nos custos, principalmente devido aos custos da CS Frotas no trimestre completo com sua incorporação ao segmento. Parte dos custos foi compensada com créditos de PIS/COFINS no valor de R$ 4,1 milhões em dezembro.

Por fim, a receita líquida de seminovos atingiu R$809 milhões, alta de 64,9% a/a, mas queda de 4,2% t/t. O aumento anual pode ser explicado pelo aumento de 35% a/a nos preços dos carros usados, enquanto a queda no trimestre está relacionada à redução no número de carros vendidos no período.

Essa redução é explicada pela maior alocação da frota no RAC durante a alta temporada para o aluguel ocasional por causa da irregularidade no fornecimento de carros novos.

O EBIT da Seminovo atingiu R$171 milhões, +222,6 a/a,  mas apresentou queda de 4% t/t devido à menor receita líquida no trimestre. A Movida vendeu 12,4 mil carros, uma queda de 14 unidades no trimestre com um ticket médio de R$ 65,4 mil.

Vale a pena investir em MOVI3?

  • Histórico de crescimento rápido, tornando-se o segundo maior player na divisão RAC com uma participação de mercado de 14%;
  • Escala de compra de veículos, negociando descontos atraentes com as montadoras;
  • Ampla rede de vendas de veículos, com 75 lojas de Seminovos;
  • Clientes premium no negócio RAC nos segmentos corporativo e lazer, permitindo operar com tarifas mais elevadas; e
  • Preço das ações atrativo ante fundamentos.

Quais são os principais riscos de MOVI3?

  • Aumento da concorrência pode comprometer ROIC da empresa;
  • Desaceleração da lucratividade no segmento de Seminovos, à medida que os preços voltam a patamares mais normalizados com a melhora dos gargalos logísticos;
  • Impacto da alta taxa de juros sobre custos e despesas financeiras; e
  • Aumento das tarifas pode impactar a demanda no segmento RAC, potencialmente levando a uma repactuação do setor.

Sobre a Movida (MOVI3)

A Movida se destaca como uma das maiores companhias de locação de veículos do Brasil (em tamanho de frota e receita) eentre as companhias abertas do setor, de acordo com informações públicas de mercado fornecidas pela ABLA e por companhias do setor.

Em dezembro de 2014, por meio de uma reestruturação do Grupo JSL, a companhia consolidou todas as atividades de ‘rent a car’ e de gestão e terceirização de frotas do Grupo JSL.

Além disso, a companhia acredita ser a empresa de locação de veículos mais reconhecida pelos consumidores no quesito inovação, oferecendo soluções que buscam proporcionar uma experiência exclusiva por meio de uma oferta de serviços e produtos diferenciada e alianças estratégicas com montadoras e concessionárias, de acordo com a pesquisa efetuada pela H2R Pesquisas Avançadas.

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