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Como investir em startups dos EUA e de Israel

Empresa criada por brasileiros tem US$ 65 milhões sob gestão e atrai quem quer investir em startups americanas e israelenses

Mindset tem portfólio com 45 startups que atuam em setores como agricultura, serviços financeiros, saúde e segurança digital

A gestora de capital de risco Mindset Ventures está abrindo as portas para investidores brasileiros interessados em investir em startups nos nos Estados Unidos e Israel, dois exemplos de países que apostam em tecnologias inovadoras.

Fundada em 2016 por dois brasileiros, a Mindset busca oportunidades em empresas que tenham a tecnologia como pilar central do negócio.

A sede formal da gestora está nos EUA, porém o público-alvo são os brasileiros que desejam investir no meio tech fora do país.

O portfólio da Mindset conta com 45 startups americanas e israelenses que atuam em setores como agricultura, educação, serviços financeiros, saúde e segurança digital. A gestora tem escritórios em São Paulo, TelAviv e San Francisco e gere US$ 65 milhões em ativos.

Mais do que gerar retorno para quem quer investir em startups, a gestora tem como objetivo apoiar a entrada de novas empresas tech dos EUA e de Israel no mercado brasileiro.

“O nosso público não está investindo meramente pelo retorno”, diz Daniel Ibri, co-fundador em sócio da Mindset. “Hoje, todo mundo está interessado no conhecimento, e parte do nosso trabalho, além de gerir o fundo e dar retorno, é levar conhecimento pro investidor”, explica ele.

Por que EUA e Israel?

Cada vez mais o Brasil se destaca nas captações de recursos feitas por startups nacionais.

Dados recentes da empresa Distrito, que mapeia o setor, mostram que de janeiro a setembro de 2020 foram feitos 322 aportes em empresas novatas, totalizando US$ 2,2 milhões. O valor representa 82% de todo o montante investido em startups um ano antes.

Se o ambiente doméstico é promissor, então por que investir em startups dos Estados Unidos e de Israel poderia ser interessante? Segurança e facilidade são dois dos motivos, segundo Daniel Ibri.

“Dou acesso ao investidor brasileiro que tem vontade de alocar capital no mercado de tecnologia lá fora, porque são mais desenvolvidos, mais líquidos e com mais histórico”, explica Ibri. “Muitas vezes, o investidor não consegue entrar justamente porque é um mercado muito competitivo”.

O investimento em companhias tech instaladas em polos mais desenvolvidos também pode ser benéfico para o país.

Ao entrar em uma rodada de investimento e realizar o aporte em uma empresa, a Mindset passa a apoiar no desenvolvimento de um plano de negócio para o Brasil.

A ajuda inclui desde o apoio no mapeamento de mercado até à promoção de encontros presenciais e abertura de subsidiárias.

Estratégia para investir em startups

A estratégia da gestora segue diretrizes rigorosas quanto à seleção de startups para os aportes. O investimento só é aprovado a empresas que tenham operação consolidada e totalmente apoiada em tecnologia.

Por isso, o sinal verde é dado a startups que já tenham faturamento, clientes relevantes e o principal produto bem desenvolvido. Qualidade e senioridade da liderança também influenciam na escolha.

“Esse é um olhar que vai para o tamanho e o estágio da empresa”, afirma Ibri, acrescentando que o fundo “não não entra em nada que só tenha Power Point”.

Outro ponto importante é que só são consideradas startups que tenham como clientes finais outras empresas – as chamadas B2B (business to business). Esse direcionamento é justificado por Daniel Ibri com dois fatores.

O primeiro é a maior facilidade de empresas estrangeiras, que tenham como clientes finais os consumidores, de entrar no Brasil, sem a necessidade de um agente que conheça o mercado.

O segundo ponto é o risco que startups do gênero representam para o investidor, o que conflita com a missão de atrair o brasileiro a um ativo seguro.

“A startup B2C é aquela que precisa crescer, crescer e crescer e pra isso vai queimar dinheiro, muitas vezes sem se preocupar com a monetização e em gerar margens positivas”, diz Ibri. “É um jogo que nove em cada dez jogadores vão virar pó e um eventualmente vai virar o próximo Facebook.”

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